A palavra “NÃO” muitas vezes pode ser difícil de ser dita, já que, nem os pais e/ou responsável gostam de negar um pedido do filho. Mas, não tenha dúvida: é necessário e importante.
Quando dizemos “não” a nós mesmos, compreendemos o significado da palavra disciplina, e aí então começa o desafio dos pais, cuidadores, professores… Crianças nunca aprendem a disciplina sozinhas, e então entra aí a habilidade dos pais em dar limites e ensinar que para cada ato há uma consequência, seja ela positiva ou negativa.
Ao deixar claro para uma criança quais as expectativas que se tem sobre algo ou os limites e o resultado sobre aquilo que não se cumpriu, tudo fica mais fácil e mais claro, pois, a criança aprende, desde pequena, que se optar por algo errado, receberá sua escolha em troca, experimentando o resultado negativo das escolhas que fez.
Estabelecer limites não é tarefa fácil. Ter de enfrentar o choro, birras e até mesmo o próprio comodismo dos pais e/ou responsáveis é uma tarefa muito difícil. As crianças precisam de regras claras, objetivas e colocadas com segurança e na hora certa.
O “não” enquanto processo de construção do pensamento e de um lugar na relação com o outro, aparece desde quando a criança ainda é um bebê. E no momento que a criança começa a explorar o mundo, os objetos tornam-se um grande desejo. A criança quer tocar, morder, brincar e chutar, por isso impor limites e regras é necessário.
O estabelecimento destas regras é fator importante para as crianças, entretanto sabe-se que o que é permitido e o que não é varia muito de uma família para outra. Enquanto em uma casa é permitido que as crianças espalhem os brinquedos por todos os cômodos, em outra pode ser que seja necessário reservar algum espaço para os adultos, por exemplo. A finalidade das regras é tornar as coisas mais organizadas, justas e confortáveis para todos.
As crianças começam a se interessar pelas regras à medida que vão crescendo e compreendendo o mundo a sua volta, tanto no sentido de saber o que é permitido quanto do que não é, perguntando, por exemplo, “Posso dormir na sua cama?” ou “Posso comer doce antes do almoço?”. No papel de educadores, os pais e/ou responsáveis não podem se ausentar da tarefa de colocar os limites necessários para que as crianças possam se desenvolver e se situar no mundo adequadamente.
Tentar satisfazer as vontades e evitar dizer o “não”, achando que isso causará alegria, não é correto. Ensinar os filhos a esperar e persistir faz parte do papel de pais e/ou responsáveis. Se os adultos não derem limites e não recusarem alguns desejos das crianças, elas não aprenderão a lidar com as adversidades que surgirem pelo caminho, e isso pode se tornar um problema no futuro.
A criança vai se decepcionar em alguns momentos sim, mas só passando por essas situações e aprendendo a lidar com elas é possível adquirir habilidades importantes para toda a vida, como empatia e flexibilidade.
Dizer “não” é muito mais difícil que dizer “sim”, e os resultados de um “sim” e um “não” no tempo certo fazem toda a diferença para o futuro. Não diga “sim” para acalmar o choro ou a irritação, mas diga “não” sempre que for preciso e “sim” quando houver necessidade.
Com persistência, amor e cuidado, um “sim” e um “não” bem usados farão toda a diferença na construção de adultos saudáveis e persistentes frente às dificuldades da vida. Este é o grande desafio dos pais e/ou responsáveis!
Qual é a medida certa do “NÃO”?
Não existe uma medida certa. O “não” deve ser usado somente quando for preciso, mas é importante que os limites sejam estabelecidos e sejam confortáveis para todos.
O que fazer se surgir o sentimento de culpa ao recusar algo para o filho?
Os pais e/ou responsáveis podem e devem se tranquilizar quando isso acontecer. O mais importante para a criança é perceber que existe alguém em quem confiar, que cuida dela e que sabe o que é bom ou ruim.
Falar que haverá castigo e voltar atrás na decisão é um problema?
Voltar atrás eventualmente não é um problema, mas é importante explicar o porquê ao filho da mudança, e que essa decisão final foi fruto de um momento de reflexão.
Como explicar à criança o motivo de um “não”?
É importante falar olhando nos olhos, com firmeza e sem gritar. Vale ressaltar que antes de punir a criança, o adulto deve refletir se a consequência imposta é possível de se cumprir.
Elogios funcionam?
Elogiar um bom comportamento é muito importante! Ressalte aquilo que a criança fez e que condiz com o que se espera dela. É uma forma de valorizá-la!