A acumulação compulsiva é um distúrbio psicológico que obriga aqueles que sofrem desse mal a acumular objetos e os impede de se livrar deles, mesmo se forem inúteis ou não cumprirem nenhum propósito prático. Este mal também é conhecido como síndrome de Diógenes, síndrome do colecionador compulsivo ou disposofobia, e é algo cada vez mais comum.
Hoje, nos Estados Unidos, uma em cada quatro pessoas tem tendências a sofrer de acumulação compulsiva, onde as mulheres estão entre as mais propensas.
Quem padece desse mal geralmente sofre de excesso de ansiedade, tem tendências depressivas ou problemas para se socializar.
Um colecionador, ao contrário do acumulador, tem orgulho de mostrar sua coleção. Quem tem o transtorno costuma esconder o problema, isso porque sente vergonha da sua situação e do aspecto de sua casa.
Os acumuladores compulsivos são caracterizados por sentirem muita dificuldade de se desfazer de seus bens materiais. São pessoas muito enraizadas a seus lares e vivem as mudanças de forma muito ruim. Criam vínculos emocionais com os objetos, semelhantes ao que a maioria das pessoas experimenta com outros seres humanos, e esta é a principal razão pela qual não conseguem simplesmente jogá-los fora. O desprendimento material causa angústia, dor e até mesmo remorso.
Muitas vezes, essas pessoas, além de sofrerem da síndrome do colecionador, também são compradoras compulsivas e não reconhecem a sua condição: sentem que simplesmente têm muitas coisas, gostam de comprar e possuir objetos para colecionar.
O acumulador compulsivo no seu extremo é por vezes apelidado de “colecionador de lixo”, uma vez que reúne determinados artigos que produzem maus cheiros e estes atraem insetos e roedores. Essa pessoa também poderá juntar livros, revistas, ferramentas, recipientes, metais, móveis, eletrodomésticos, entre outros materiais, correspondendo à imagem dos moradores de rua que juntam todo o tipo de velharias. Vale ressaltar também que um acumulador compulsivo pode reunir um número exagerado de animais de estimação, não tendo condições, na maioria das vezes, de alimentá-los ou abrigá-los corretamente.
No entanto, uma sala cheia de livros ou de animais de estimação não significa que uma pessoa seja um acumulador compulsivo. A acumulação compulsiva afeta diretamente a rotina e as atividades do dia-a-dia e faz com que os pacientes queiram ficar isolados, sem ver outras pessoas e, normalmente, vivam em condições anti-higiênicas.
Tal como a maioria dos comportamentos obsessivos, a acumulação compulsiva começa de uma maneira lenta e desenvolve-se de uma forma progressiva.
Sintomas
Existem determinados sinais que indicam que uma pessoa sofre de acumulação compulsiva. Dos mais importantes, destacam-se os seguintes:
- Recolher bens e objetos que a maioria das pessoas joga fora;
- Viver em condições insalubres e sem organização e não permitir que alguém arrume ou limpe sem sua supervisão;
- Ser incapaz de usar as divisões da casa para a real finalidade (cozinha para cozinhar, banheiro para tomar banho, quarto para dormir);
- Ter muitos animais de estimação e não conseguir cuidar deles da melhor maneira;
- Acumular sucatas ou lixo (como embalagens) e amontoá-los em pilhas;
- Negar que seja um exagero o vício de acumular, ter vergonha do hábito, mas mesmo assim não conseguir controlar o impulso.
Causas
A acumulação compulsiva é uma perturbação mental que não nasce com a pessoa, mas podem existir traços da personalidade que favoreçam o seu aparecimento. Alguns desses traços podem se manifestar após a morte de um familiar, dificuldades financeiras, conflitos pessoais ou profissionais ou, no caso dos idosos, por não saberem lidar com a solidão ou com as mudanças trazidas com o envelhecimento.
Vale ressaltar que, ao fazer uma limpeza geral à casa de um acumulador compulsivo, ele vai ficar com uma grande sensação de vazio e perda, o que vai fazer com que recolha tudo de novo e em maiores quantidades. Para que tal situação não aconteça, deve-se procurar uma ajuda profissional.
Tratamento
Para o acumulador compulsivo não existe nenhum erro ou problema com o seu comportamento. No entanto, esse sintoma faz parte da doença. A acumulação compulsiva é um transtorno mental que foi reconhecido recentemente e a pesquisa acerca dos melhores tratamentos está apenas começando. No entanto, alguns métodos têm tido um sucesso bastante considerável, como a terapia cognitivo-comportamental e a medicação adequada.
A terapia cognitivo-comportamental concentra-se em localizar as causas da acumulação compulsiva e as raízes da ansiedade, mudando aos poucos a mentalidade da pessoa afetada. Muitas vezes ela pode ser combinada com a medicação, o que ajuda a maximizar os resultados. Atualmente, os medicamentos utilizados no tratamento da acumulação compulsiva são os antidepressivos, os mesmos usados para ajudar os pacientes que sofrem de transtornos obsessivos compulsivos.
Fontes:
http://cuidamos.com/artigos/quais-sinais-acumulacao-compulsiva-como-obter-ajuda
https://incrivel.club/criatividade-saude/acumulador-compulsivo-e-uma-doenca-que-tem-aumentado-239710/
https://www.tuasaude.com/acumuladores-compulsivos/
https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2012/08/saiba-quais-sao-as-caracteristicas-e-como-e-o-tratamento-para-acumuladores-compulsivos-3842562.html