Você sabia que a raiva é uma das emoções humanas básicas, uma resposta física e mental a uma ameaça ou prejuízo (real ou imaginário)?
Um episódio de raiva pode se dissipar de forma rápida e inofensiva ou evoluir a ponto de a pessoa emitir comportamentos com sérias consequências.
A raiva é causada por uma combinação de fatores:
- Evento desencadeante ou gatilho;
- Personalidade da pessoa;
- Avaliação individual da situação (interpretação dada a um evento);
Ela é uma emoção sentida em três níveis:
- Nível 1: Pensamento – quando há consciência de uma emoção raivosa, sem palavras e sem expressão comportamental;
- Nível 2: Palavras – quando há verbalização do que é sentido em um tom agressivo (palavrões, xingamentos, ofensas morais);
- Nível 3: Atos – quando há agressão física (tapas, socos, pontapés, uso de armas brancas ou de fogo, etc);
A raiva pode ser avaliada segundo quatro dimensões diferentes:
- Estado: sentimentos transitórios que variam desde um leve aborrecimento até uma forte ira; há estimulação do sistema nervoso autônomo;
- Traço: tendência de cada indivíduo em perceber variadas situações como injustas, aborrecedora, frustrantes ou ameaçadoras; quanto mais elevado for o traço de raiva, maior a propensão de aquele indivíduo experienciar um aumento no estado de raiva, seja em frequência ou em intensidade.
- Expressão: comportamentos agressivos contra si ou contra os outros; há também ocasiões onde ocorrem supressões ou repressões desse sentimento;
- Controle: esforço empregado, quando vivenciado um estado de raiva, para controlar a expressão de tal sentimento;
É importante entender que a raiva surge, em geral, como uma resposta natural quando nossa interpretação do evento nos diz que fomos atacados, enganados, tratados de forma injusta. Quando ela passa a gerar prejuízos para a própria pessoa ou suas relações interpessoais, contudo, torna-se disfuncional ou um problema.
As atitudes explosivas, independentemente de suas causas, são mais frequentes durante os períodos de estresse. Elas vão eclodir quando nos confrontarmos com situações que nos fizerem lembrar experiências frustrantes ou ameaçadoras vividas anteriormente. A terapia cognitivo-comportamental possui técnicas que podem ajudar na melhora das quatro dimensões apresentadas acima, além de auxiliar nos momentos de estresse.
Referência: Avaliação e intervenção na clínica em terapia cognitivo-comportamental: a prática ilustrada. Araújo, N. G., Rubino, J. P. Oliveira, M. I. S – Novo Hamburgo: Sinopsys, 2018.