O transtorno de personalidade anancástica, ou transtorno de personalidade obsessiva compulsiva (TPOC) é caracterizado por um padrão rígido de perfeccionismo e inflexibilidade, tornando as pessoas que sofrem com este transtorno extremamente detalhistas e preocupadas com regras, normas, organização.
Nos casos de TPOC, a pessoa desconhece ter um transtorno e por isso considera suas atitudes, pensamentos e emoções normais, tentando modificar outras pessoas ao seu redor para se adaptarem aos seus rígidos padrões, considerados por ela, a maneira correta. O fato de apresentarem esses traços de personalidade egossintônicos, ou seja, valorizados pelo próprio indivíduo, interferem para que costumem ser muito controladoras em seus relacionamentos interpessoais. Violações destas “leis” criadas pelos anancásticos provocam demasiada insegurança, desorientação e ansiedade.
Geralmente essas pessoas são escravizadas pelo simétrico, pela limpeza e pela ordem das coisas, desde a arrumação de seus objetos pessoais, como guarda-roupas, gavetas, mesas, até a organização extremamente cautelosa de itens relacionados à ocupação e profissão. As pessoas portadoras do transtorno anancástico da personalidade sofrem com tudo aquilo o que contraria suas próprias regras, determinações e manias, por isso são exigentes e inflexíveis com elas mesmas e com os mais próximos.
Ocorre com frequência dificuldade em realizar tarefas cotidianas e de rápida execução, que acabam demandando um tempo a mais. A explicação vem do fato de perderem tempo significativo alinhando roupas, papéis, livros, contando e recontando, e acabarem executando atos repetitivos para se certificarem de que não estão fazendo nada errado ou de forma equivocada (cautela excessiva).
Os que sofrem do transtorno de personalidade obsessivo compulsiva têm necessidade de produção, o que explica suas tendências à devoção excessiva pelo trabalho. Até mesmo em situações de lazer costumam buscar, e encontrar, algo que o tornem produtivos, despertando prazer. Nesses momentos de diversão, nota-se um cuidado tão grande que os anancásticos acabam por não aproveitar estes momentos de descontração, visto que um mínimo acontecimento fora do planejamento de um passeio é motivo para arruinar o mesmo.
Outras duas características frequentes deste tipo de personalidade são as dificuldades em expressar empatia e compreensão em relação aos demais e tendência em acumular coisas sem muita utilidade (sempre muito bem armazenados e organizados, como estocar alimentos em excesso).
A terapia cognitivo comportamental é o caminho mais indicado para os casos de personalidade anancástica, ajudando os pacientes a modificar hábitos, reduzir os efeitos do perfeccionismo e perceber os danos trazidos a si mesmo e aos outros perante seu comportamento.