O relacionamento afetivo é uma experiência quase que inerente à espécie humana. Desde o nascimento, ou até mesmo antes dele, começamos a desenvolver laços afetivos com as pessoas que nos cercam, trazendo à tona a necessidade de acolhimento e aconchego com alguém que nos complete, o que fica muito evidenciado na relação que se estabelece entre mãe e filho já nos primeiros dias de vida deste.
Mais tarde, à medida em que se ampliam os relacionamentos interpessoais, os afetos vão se estendendo àquelas pessoas que não pertenciam ao círculo familiar e chega a idade em que o namoro se torna uma das principais fontes de afeto e, portanto, tem importância fundamental na vida do indivíduo.
A maneira como o namoro é conduzido faz toda a diferença para a construção de um relacionamento saudável. Ter a companhia da pessoa amada deve ser algo positivo, leve e que traga a sensação de bem-estar. Se isso não acontece é sinal de que alguma coisa não está indo bem. Neste momento, questionamentos tais como o lugar que o namoro ocupa na minha vida e a importância que tenho dado a ele, se mostram importantes para avaliar o relacionamento.
A partir do momento em que se assume um compromisso com outra pessoa é bom que ele seja tomado como algo importante, no entanto, sempre considerando as devidas proporções e tomando cuidado com os excessos que, invariavelmente, trazem sofrimento para o casal. A grande expectativa depositada no outro, a necessidade de estar o tempo todo em contato e a restrição dos relacionamentos interpessoais e familiares podem ser sinais de uma dependência afetiva, um tipo de apego excessivo à outra pessoa.
A dependência surge da necessidade de ser amado e, quando ela aparece, em muitos casos o amor se dissolve e as consequências são negativas para os dois, tanto ao longo do relacionamento, como no final dele, pois o término vai ser mais difícil de ser aceito e elaborado por aquela pessoa que se sente dependente da outra.
Para que o namoro seja um relacionamento agradável e saudável para ambas as partes, é importante estar atento à maneira como nos relacionamos com a outra pessoa. Se percebo que estes comportamentos estão acontecendo, é sinal de que preciso provocar em mim algumas mudanças. Quando a mudança é difícil, não hesite em buscar a ajuda de um terapeuta, ele poderá auxiliá-lo nesse processo.