Final de ano, para muitas pessoas, é período de relaxamento, diversão e viagens. Para alguns, é tempo de ansiedade e angústia. O que fazer quando a viagem vira um problema, devido ao medo de avião?
O medo de avião pode estar associado a diferentes questões, entre elas: medo de altura, medo de passar mal, síndrome do pânico, preocupações excessivas quanto a acidentes, etc. Independente do quadro, é difícil conciliar as expectativas da família e o medo excessivo de viajar.
Entre os diferentes sintomas que a pessoa pode experimentar estão a taquicardia, sudorese, tremor, entre outros, característicos da ansiedade. Diante desse incômodo a pessoa pode acabar optando pela evitação, o que leva ao isolamento ou a conflitos na família. Na maioria das vezes a pessoa quer o passeio, mas o incômodo é tão significativo que fugir desse enfrentamento passa a ser mais fácil.
Os padrões de pensamentos associados a esses quadros envolvem previsão negativa do futuro e catastrofização (quando o problema parece maior do que ele realmente é). Esses pensamentos estão interligados às sensações intensas de ansiedade e medo, resultando em comportamento de esquiva, na maioria das vezes.
Considerando que todo esse contexto gera angústia e mal-estar, além de dificultar a participação da pessoa nos programas de final de ano e desencadear crenças de impotência diante da situação, deve-se estar atento a intensidade desse medo. Muitas vezes a ajuda profissional pode ser necessária nesse momento. Um processo terapêutico anterior ao evento, auxilia a pessoa a alterar os padrões de pensamentos e comportamentos, e a estabelecer formas de enfrentamento.
Entre as estratégias de tratamento para o medo de viajar de avião, a terapia cognitivo-comportamental utiliza técnicas de restruturação cognitiva e exposição. As duas formas citadas tratam-se, respectivamente, de reavaliar as crenças que sustentam os padrões de pensamentos e exposição gradual e sistemática ao fator ansiogênico. A exposição é traçada a partir de uma hierarquização, que vai da situação menos difícil para a mais difícil, e o uso da tecnologia tem colaborado nesse processo. A mídia 3D, por exemplo, tem feito parte desses mecanismos, com a qual é possível criar uma realidade virtual da situação temida, e a partir daí trabalhar as sensações desencadeadas.
A qualidade de vida e a saúde mental estão condicionados ao equilíbrio da rotina, tempo de qualidade com pessoas especiais, descansos e superações. Estar disponível para viajar (em família, com amigos, ou até mesmo sozinho), bem como enfrentar os medos e aumentar a sensação de liberdade pode potencializar aspectos positivos do contexto de férias e de compartilhar bons momentos.