Agenda lotada, exigência de alto rendimento e pouco tempo para se divertir… Estamos falando de adulto? Não, mas sim de crianças.
A rotina das crianças está cada vez mais agitada, e isto em alguns casos tem provocado nos pequenos a Síndrome do Pensamento Acelerado.
Você já ouviu falar dela? Pode até ser confundida com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mas ao contrário do TDAH, que possui causas genéticas e ambientais, a Síndrome do Pensamento Acelerado está relacionada à dificuldade no gerenciamento dos pensamentos.
No mundo moderno, crianças e também adolescentes são bombardeados por informações a todo o momento e submetidos excessivamente a diversas tarefas, preocupações e estímulos sociais.
A criança se sente sempre cansada, como se 24 horas do dia não fossem o suficiente para realizar todas as suas tarefas, tem dificuldade de concentração e de atenção, se esquece das coisas facilmente e está constantemente irritada, sofre por antecipação, possui má qualidade do sono, dificuldade de relaxar e desacelerar seus pensamentos. É uma espécie de cansaço mental, isso porque o cérebro “rouba” a energia que deveria ser utilizada para outros funcionamentos do corpo e tudo isso começa a externalizar em sintomas físicos, como dores de cabeça, dores musculares, dores de estômago, etc., por exemplo.
Isso acaba por estressar e desgastar o cérebro, impedindo-o de desenvolver outras funções, como a reflexão, resiliência, paciência, criatividade, empatia e tolerância. Através do pensamento, a criança vai adiante aos seus planejamentos; ela avança tanto e idealiza um planejamento rígido, que, quando volta à realidade, fica frustrada em excesso.
Essa rotina acelerada tem muito a ver com as novas demandas sociais. Cada vez mais cedo, as crianças precisam se preparar para entrar na faculdade e se tornar profissionais capacitados dentro do mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Sim, é importante que tenham suporte para o futuro, mas cada criança tem seu ritmo e sua demanda.
A responsabilidade que os pais têm é de parar e perceber quais atividades são realmente importantes para o futuro do filho, pensando também na qualidade de vida da criança. Além disso, os pais devem ficar atentos a sinais como mudança repentina de humor, irritabilidade, falta de memória e dificuldade em manter a atenção e a concentração. E se necessário, é aconselhado buscar ajuda profissional.
Para desacelerar é preciso:
– Separar o tempo para a brincadeira: Não veja seu filho como um pequeno adulto, ou seja, cheio de responsabilidades. Deixe que ele tenha um tempo para brincar do jeito que quiser.
– Diminuir as atividades: Se a criança tiver mais de uma atividade além da escola, o ideal é que pelo menos uma delas seja escolhida por ela mesma.
– Incentivar momentos de afetividade: Guarde um momento para sentar e conversar com seu filho e ouça o que ele tem a dizer.
– Deixar a tecnologia de lado: O uso excessivo de aparelhos tecnológicos como celulares e tablets exige muito do cérebro adulto, imagine das crianças. Por isso é preciso uma desintoxicação digital.
– Diminuir o ritmo: Quem quer fazer tudo ao mesmo tempo acaba inevitavelmente não concretizando nada e torna-se uma pessoa insatisfeita e agitada.
– Desacelerar a rotina dos pais: Os pais são os exemplos que os filhos vão seguir. Tente pegar mais leve com você mesmo.