1. A importância do estudo para o futuro
De acordo com Karin Kenzler, psicóloga do Colégio Humboldt, ao dialogar com os filhos pré-adolescentes, os pais precisam tomar alguns cuidados para não intimidar ou sufocá-los. “Em primeiro lugar é importante lembrar que o foco da conversa sempre deve ser o de criar intimidade, e não o volume de informações ou instruções que se pretende passar. Criar laços afetivos e manter o canal de comunicação aberto é a melhor maneira de ter acesso à vida de seu filho, para poder orientá-lo e desfrutar de sua companhia”, ela afirma. Desta forma, é importante ressaltar a importância dos estudos no futuro do jovem, mas não através de palavras e sermões e, sim, através de seu comportamento. Fiscalizar, cobrar, brigar, para que seu filho estude pode até funcionar, mas não vai motivá-lo. “Crie um ambiente familiar em que assuntos de conteúdo escolar são valorizados. O diálogo em casa, nas refeições, no carro, deve valorizar a cultura geral e motivar a busca de conhecimento. Não pergunte ao seu filho se fez a lição, mas o que esta estudando”.
2. O perigo de se expor na internet
Fotos e mais fotos fazendo caretas, de biquíni ou com vestido curtinho. Cliques de festas regadas a cerveja e postagens cheias piadinhas sem graça. Os adolescentes nem se dão conta, mas podem estar se expondo demais – e de forma negativa – na internet. O dever do pai é explicar que esse tipo de atitude pode prejudicá-los quando forem procurar um emprego ou até mesmo colocá-los em situações perigosas, como acontece quando as fotos vão parar em sites de prostituição ou, ainda, nas mãos de pedófilos.
3. A escolha da religião
“Os pais primeiramente devem ser amigos de seus filhos, pois a confiança entre eles é fundamental para que os adolescentes possam conversar sobre todos os assuntos e com isso não esconder nada que possam os surpreender mais tarde”, afirma Cesar Marconi, diretor pedagógico do Colégio Mary Ward. Sempre que possível converse abertamente com seu filho sobre a religião que sua família segue e mostre o que você acredita. Se, em algum momento, ele achar que não concorda mais com esses princípios, ou se não encontrar o que busca nela, ele irá se decidir por outro caminho e precisará se sentir à vontade para conversar abertamente sobre isso com você. Neste caso, o papel dos pais é dar a oportunidade para o filho se conhecer melhor. Se você confia nos valores que passou a seu filho, acredite no caminho pelo qual ele optar.
4. Cuidado com as amizades
Tente conhecer os amigos do seu filho. Se ele se relaciona com pessoas agressivas, chame-o para conversar e mostre o risco e as consequências dessa escolha. “Ao aconselhar seu filho a respeito de uma amizade, procure não ser radical ou autoritário, pois você corre o risco dele continuar se relacionando com a pessoa sem o seu conhecimento, e pior, mentindo para você. Procure conversar expondo suas preocupações, fazendo com que tome conhecimento dos riscos e aprenda a fazer suas escolhas. E se ele confiar em você vai continuar lhe contando com quem anda e por onde”, aconselha a psicóloga Karin Kenzler.
5. Os perigos do álcool
A adolescência é mesmo a fase em que os jovens experimentam bebida. Isto é fato! Antes de seu filho começar a sair de casa, converse com ele sobre todos os perigos do consumo excessivo de álcool. Esclareça a diferença entre beber um cálice de vinho num almoço familiar, em casa, e ficar embriagado para se divertir numa festa com os amigos. Explique a preocupação com sua saúde e sua segurança e deixe claro que não há acordo possível quanto ao abuso da bebida, dentro ou fora de casa. Fale abertamente sobre os perigos que ele corre, como o de sofrer um acidente de carro ou se meter em brigas feias. “Este tipo de diálogo deve ocorrer em casa, na medida do possível, diariamente. Não espere que um algo de ruim aconteça para depois conversar”, afirma Cesar Marconi.
6. A importância de ficar longe das drogas
Nas conversas sobre o perigo das drogas, abra espaço para seu filho tirar todas as dúvidas. Deixe claro que as pessoas podem perder o controle do uso dessas substâncias – cujo fornecimento, aliás, é proibido. Procure pesquisar e converse sobre os efeitos específicos de cada uma delas. Segundo Karin Kenzler, muitos pais não sabem como abordar estes temas por temerem a reação dos filhos, delegando a tarefa unicamente à escola. “Os programas de prevenção e orientação na escola devem ser complementados com diálogos em casa, onde os valores de cada família e cultura podem ser passados.”
7. Sexo seguro
Fale de sexo mencionando sempre o amor. Deixe claro para seu filho que a escolha do parceiro – e o afeto – é importante e explique os riscos e cuidados que devem ser tomados durante o relacionamento. “Para facilitar a conversa, a abordagem deve ser informal, inserida em situações cotidianas como no carro, almoço ou passeio. Abordar o tema a partir de uma noticia do jornal, de um acontecimento publico ou conteúdo de novela, diminui a o constrangimento sentido pelo jovem, deixando o mais a vontade para tirar suas dúvidas”, comenta Kenzler. Não se cobre para ter respostas para tudo sobre este assunto na ponta da língua. Às vezes, só de estar disposta ao dialogar com o filho já ajuda! Seu filho quer encontrar um ambiente em que se sinta acolhido e que possa tirar dúvidas sem sentir vergonha.
8. Por que devemos ser organizados e responsáveis?
A desorganização e falta de responsabilidades dos jovens, que hoje afeta a harmonia familiar, pode se tornar um grande problema no futuro, a ponto de atrapalhar o desempenho na universidade e no mercado de trabalho. Converse com o adolescente sobre a importância de cuidar das suas coisas e ser organizado. “Se o filho desde pequeno for orientado a guardar seus brinquedos ele criará o hábito de organizar suas coisas e consequentemente seu quarto, suas lições, atividades e etc. É perfil do adolescente ser um pouco relapso, até por questão de formação, a rebeldia. O que não pode ocorrer é o relapso se tornar regra em sua vida”, explica Cesar Marconi.
FONTE:http://www.brasilpost.com.br/2015/10/30/tema-conversar-filho_n_8433180.html