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Alinhar, ordenar, organizar: Quando isso passa a ser uma doença?

Atualizado em 03/02/2018
Por Redatora Casule

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Atualizado em 03/02/2018
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Alinhar, ordenar, organizar: Quando isso passa a ser uma doença?

Obsessões e compulsões por alinhamento, simetria, sequências, ordenamento e repetições são sintomas muito comuns do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), podendo atingir metade dos indivíduos com esse transtorno. Nesse caso, o indivíduo tem sensações ou experiências emocionais desagradáveis, que são sentidas quando as coisas estão fora do lugar ou desalinhadas, ou, ainda, tem preocupações no sentido de que as coisas estejam “certas” ou “direitas”. Esses pensamentos são seguidos de atos mentais ou motores realizados com a finalidade de colocar as coisas em ordem ou na posição “correta”, até que seja restabelecida a sensação de exatidão ou segurança em relação ao lugar que as coisas ocupam.

Ao contrário dos outros tipos de TOC, os pensamentos não são catastróficos ou negativos, mas há experiências físicas ou sensações desagradáveis, tais como pensamentos invasivos “preciso colocar aquilo no lugar” ou “isso está no lugar errado”, que levam o indivíduo a executar rituais de simetria, ordenamento ou alinhamento. Sendo assim, percebe-se que a sensação desagradável leva a um comportamento compulsivo ou a um ritual.

As pessoas acometidas com TOC possuem um enorme incômodo com a percepção de que determinada coisa não se encontra idealmente organizada ou “certa”, o que as leva a realizar atos repetidos (compulsões ou rituais) de ordenamento, até que os objetos estejam no “lugar certo” e, consequentemente, o desconforto desapareça, diminuindo a ansiedade. Como exemplos, tem-se alinhar objetos na parede, alinhas os cabides, esticar o lençol, organizar coisas por tamanho e cor, organizar os alimentos no prato de modo que não se misturem e preocupar-se com o alinhamento perfeito de determinado objeto em relação a outros no ambiente.

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Quando isso passa a ser uma doença?

A consequência prática de tais comportamentos é a demora na realização de tarefas – a chamada lentidão obsessiva – que acaba por gerar o comprometimento das relações interpessoais, conflitos familiares e a diminuição do desempenho na realização de tarefas, uma vez que o indivíduo dedica muito mais tempo ao TOC do que a si mesmo, seu trabalho e sua vida afetiva, muitas vezes por não conseguir entender a desfuncionalidade de seu comportamento.

O TOC também pode se manifestar sob a forma de comportamentos repetitivos, muitas vezes sem sentido, tais como contagens; necessidade de fazer algo várias vezes, geralmente em uma mesma sequência etc. Assim, além da simetria, é comum que haja determinado comportamento sequencial, seguindo a mesma ordem repetidamente para a realização de tarefas como passar roupas e tomar banho. Ademais, é comum que pacientes com esse tipo de TOC apresentem sintomas que não possuem um critério logicamente justificado para a orientação de seu comportamento.

A Terapia Cognitivo-Comportamental tem-se mostrado eficaz na redução dos sintomas do TOC, sobretudo quando da adoção de técnicas comportamentais, haja vista que o foco principal é a sensação de desconforto. São empregadas técnicas comportamentais como a exposição e prevenção de respostas, psicoeducação, experimentos comportamentais e reestruturação cognitiva das crenças disfuncionais, do TOC, e do perfeccionismo, entre outros.

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