A Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular caracterizado em situações de tensão, medo, intimidação em que a vítima passa a ter simpatia ou até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o agressor. A explicação vem do fato de que o instinto de sobrevivência da vítima, de forma irracional, acredita que precisa acatar às regras impostas pelo agressor para conseguir sair da situação da forma mais ilesa e menos dolorosa possível . Aos poucos a vítima passa a evitar comportamentos que desagradem esse agressor e passa a interpretar seus atos como gentis, educados ou supostamente simpáticos e amigáveis. Dessa forma, ocorre uma desvinculação emocional da realidade perigosa na qual está inserida.
Ao evitar comportamentos que o desagrade, a vítima procura criar um ambiente com aspecto menor de “pavor” e maior de “civilidade”, e se em resposta o agressor se comporta de maneira confortável com aquela situação, a vítima começa a acreditar que, se está bem, viva, segura, é porque o agressor está lhe protegendo e não querendo o seu mal.
Em muitos casos, mesmo após a libertação, a vítima continua a alimentar um sentimento de afeição por tal pessoa; assim como em episódios de algumas mulheres que sofrem agressões de seus parceiros e continuam defendendo, amando e justificando seus atos.
Este quadro pode se desenvolver em vítimas de assaltos prolongados, sequestro, indivíduos que ficam submetidos à prisão domiciliar por familiares e também em vítimas de abusos pessoais. Um fato importante ligado a esse cenário é que nem sempre as vítimas desenvolvem essa síndrome ao final do ato de violência, apesar da mesma ser muito mais frequente do que costumamos imaginar.
Muitas vezes o tratamento se torna um momento difícil em função da maioria das vítimas não acreditar que tal situação possa realmente ter ocorrido com ela. A ajuda e o apoio emocional de amigos e familiares é de extrema importância nessa fase para que a pessoa que vivenciou tal situação de tensão, aos poucos, comece a identificar e compreender tudo o que vivenciou e, assim, enfrentar de maneira real o que se sofreu.