O suicídio é um ato intencional para acabar com a própria vida. O comportamento suicida abrange uma continuação de atos que vão desde o suicídio propriamente dito resultando a morte, como também as tentativas, pensamentos e desejos suicidas.
Embora o número de suicídios entre crianças e adolescentes em nosso país seja relativamente baixo quando comparado a outros países, há uma grande preocupação, pois nossos índices vêm crescendo lentamente ao longo dos anos.
As crianças não entendem a morte como algo definitivo, pensam em algo breve e reversível. Já os adolescentes têm uma melhor compreensão de que a morte é definitiva, mas o desejo de morrer pode ser indefinido, podendo ocorrer a partir de uma situação aguda de frustração que leva a sua ocorrência em um momento de impulsividade. Outras vezes, no entanto, pode haver intencionalidade e desejo permanente.
De acordo com a National Association of School Psychologists, o bullying (principalmente o cyberbullying, uma de suas variantes cuja prevalência vem crescendo na atualidade) tem contribuído para o aumento de números de casos de suicídios, sendo assim, considerado uma das principais causas desse fenômeno em crianças e adolescentes, e também ganhando atenção quando correlacionados a transtornos mentais, como ansiedade e depressão.
Outro fator que também tem contribuído é o aumento no índice de depressão infantil-adolescente. Diversos autores têm apontado que a mídia tornou-se o terceiro maior motivador de suicídios, e que 60% dos adolescentes que cometem suicídios estão passando por um estado depressivo.
Analisa-se que o comportamento suicida de crianças menores está atrelado a decisões impulsivas e influências familiares. E que os comportamentos suicidas apresentados por adolescentes estão muitas vezes ligados à presença de transtornos mentais e uso de substâncias psicoativas.
A avaliação de uma criança ou adolescente com ideação, planejamento ou tentativa de suicídio necessita ser realizado por profissionais especializados,
mas é fundamental que a família e a escola estejam atentos a esses comportamentos, sabendo identificar fatores de risco e encaminhar o mais rápido possível para tratamentos individualizados, o que envolve acompanhamento psicológico, orientação familiar e escolar, além do uso de medicações específicas em alguns casos.
Alguns fatores de risco e precipitantes para o suicídio são:
- Depressão;
- Problemas familiares de diversas naturezas (Separação dos pais, Ausência de uma das figuras parentais, Violência familiar, Abuso físico e/ou sexual, Falta de comunicação entre os pais);
- Intolerância à frustração;
- Abuso físico e/ou sexual;
- Conduta suicida de familiares ou amigos;
- Acesso a armas de fogo;
- Transtornos psiquiátricos.
Fatores de risco mais específicos na adolescência:
- Isolamento social e/ou abandono;
- Violência intrafamiliar;
- Histórico de abuso físico/sexual;
- Transtornos de humor e personalidade;
- Transtornos mentais;
- Impulsividade e estresse;
- Sentimentos de solidão, desespero e incapacidade;
- Uso de álcool e outras drogas;
- Condições socioeconômicas;
- Homossexualidade;
- Bullying;
- Dificuldades de aprendizagem e baixo rendimento escolar;
- Condições de saúde desfavoráveis;
- Oposição familiar a relacionamentos sexuais e decepções amorosas.
O jovem que tenta ou comete suicídio é um indivíduo em sofrimento psíquico, e é de fundamental importância para a compreensão desse comportamento a análise do contexto de desenvolvimento da criança e do adolescente, incluindo as relações parentais, escolares e sociais.
Para ajudar nessa luta contra o suicídio, a campanha Setembro Amarelo, ocorre desde 2015 no mês de Setembro, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações, e tem como objetivo conscientizar e alertar a população acerca desse problema, provocando mudanças em defesa da vida e favorecendo a prevenção de comportamentos suicidas.