A frigidez, também conhecida como distúrbio ou transtorno da excitação sexual feminina, é a dificuldade ou incapacidade da mulher de manter a lubrificação vaginal durante a atividade sexual, por não sentir interesse ou excitação suficiente. De acordo com a definição clínica, a frigidez se caracteriza pela ausência ou diminuição de interesse ou desejo sexual, pensamentos ou fantasias sexuais ausentes e falta de resposta ao desejo.
Alguns autores preferem chamar a frigidez de “disfunção sexual feminina”, evitando assim o aspecto pejorativo que a antiga denominação veio a assumir, como “mulher assexuada” ou que “não gosta de sexo”. Embora a falta de “apetite sexual” possa ser diferenciada da incapacidade para obter orgasmos, ambas costumam ocorrer conjuntamente.
A apatia sexual da mulher acaba por tornar-se problemática numa relação quando começa a recusar ou evitar intimidade sexual e este comportamento provoca discussões, acusações e confusão.
Sintomas
Os sintomas causados pela frigidez costumam ser:
- Redução ou ausência do interesse sexual;
- Redução ou ausência de fantasias e pensamentos sexuais;
- Falta de iniciativa para começar o contato íntimo;
- Falta de desejo ou resposta às tentativas do parceiro em ter contato íntimo;
- Ausência ou diminuição da excitação e sentimento de prazer durante o contato íntimo;
- Ausência de excitação sexual quando em contato com outras formas de prazer, como histórias eróticas, imagens ou filmes sensuais.
O diagnóstico deve ser feito pelo médico ginecologista, e normalmente é confirmado quando existe a presença de 3 ou mais dos sintomas citados acima.
Causas
A excitação sexual nas mulheres resulta em um aumento do fluxo sanguíneo da vagina, com a dilatação dos tecidos que a rodeiam e a produção de um lubrificante natural. Quando há frigidez, essa lubrificação é insuficiente ou inexistente, causando dor e desconforto durante o sexo.
Causas físicas
Problemas de alterações hormonais, como hipotireoidismo, pós parto e menopausa (onde há baixa da produção de estrogênio), diminuem a produção de lubrificação vaginal, dificultando a excitação e o prazer durante a relação íntima. Dor pélvica ou abdominal, corrimentos e pruridos vaginais também podem contribuir para a disfunção de excitação e/ou do orgasmo feminino.
Outra causa comum é o uso de drogas ou medicamentos que interferem com a produção hormonal e com a libido, como anticoncepcionais, remédios para a pressão, sedativos e antidepressivos, cigarro e álcool em excesso.
Além disso, procedimentos cirúrgicos nos órgãos genitais, como a histerectomia (remoção de parte ou da totalidade do útero), podem diminuir o fluxo sanguíneo para aquela região, diminuindo também a lubrificação e a excitação.
Causas psicológicas
Além das doenças psíquicas que podem afetar o desempenho sexual das mulheres (ansiedade, depressão, stress), devem ser avaliadas as vivências sexuais traumáticas, os conflitos e bloqueios psicológicos, a diminuição da auto-estima, frustrações crônicas, irritabilidade, o medo de engravidar, as relações emocionais inadequadas do par sexual, violência doméstica, etc.
Causas culturais e sociais
Fatores religiosos, traumas como abusos sexuais ou estupro, ou ter uma educação sexual rígida e que não permite o prazer da mulher também podem causar frigidez e diminuição do desempenho sexual.
Tratamento
Não há um remédio específico para tratar a disfunção sexual feminina. Algumas tentativas têm sido feitas com o viagra e com a testosterona (uma substância conhecida por aumentar a libido), mas os resultados são duvidosos. Acontece ainda a dificuldade das mulheres e de muitos médicos em se utilizar dessas drogas já que elas foram aprovadas somente para homens.
Quando relacionada a problemas hormonais, o tratamento da frigidez envolve tratar a doença de base, como o hipotireoidismo, ou tomar medicamentos com estrógenos para melhorar a lubrificação vaginal e a libido, principalmente em mulheres após a menopausa.
Uma pomada, à base de arginina, que aumenta o fluxo sanguíneo local têm sido tentada, mas também com resultados incertos.
Quando há uma anomalia ou doença local afetando a vagina e/ou o clitóris ela deve ser tratada previamente e o uso de acessórios que ajudam na lubrificação, aumentam a excitação e estimulam o orgasmo também podem ser usados para apimentar a relação íntima.
Para uma maneira distorcida de considerar a sexualidade, o tratamento mais indicado é a psicoterapia, pois ajudará a diminuir a ansiedade, a conhecer melhor o corpo e a melhorar a relação com o parceiro. Além disso, em casos mais extremos, medicações anti-stress podem ser associadas à terapia numa tentativa de melhorar o estado psicológico das pacientes.
Fontes:
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais / Paulo Dalgalarrondo. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2008.
ABCMED, 2011. Frigidez feminina. O que é?. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/234630/frigidez+feminina+o+que+e.htm>. Acesso em: 3 nov. 2017.
https://www.tuasaude.com/disturbio-da-excitacao-sexual/
http://arevistadamulher.com.br/sexo/content/2284763-conheca-as-causas-da-frigidez-feminina-e-o-tratamento-para-o-disturbio