Faltam poucos dias para iniciar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele permite que estudantes ingressem em universidades públicas e, até mesmo, nas instituições privadas do Brasil, por meio de bolsas de estudo, como Programa Universidade para Todos (Prouni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Sem contar nos demais testes, sendo alguns reconhecidos nacionalmente. Isso acaba gerando nos candidatos sintomas físicos e psicológicos de estresse que se relacionam, muitas vezes, à ansiedade.
“Uma rotina de estudos extracurriculares, com metas e horários bem definidos é necessário e importante para quem quer passar em um vestibular, sem sofrer por antecipação”, é o que revela a coordenadora do curso preparatório para medicina e de um cursinho pré-vestibular, Patrícia Barra.
A estudante Luiza Andrade segue a dica à risca. Para ela, fazer exercícios no mesmo dia em que a matéria é dada é uma das etapas eficaz de memorização para conquistar a vaga no curso de medicina. “Sou prática e prefiro resolver exercícios. Sei que assim, tudo o que aprendi será absorvido e entendido. Isso me deixa menos preocupada.” Júlia Neto, que estuda no mesmo colégio preparatório para vestibulares com Luiza, já é adepta dos resumos para memorizar o que estudou. “Prefiro ler e, em seguida, fazer resumos. Essa é uma forma de conseguir absorver todo o conteúdo trabalhado em sala de aula”.
E se a rotina de vestibulares é maçante o descanso passa a ser fundamental. Felipe Modesto, que deseja cursar Química, tentar equilibrar o estudo com lazer. “Separar bem o tempo entre estudo e lazer, além de sair, ver os amigos e dormir bem acabam me ajudando na memorização dos conteúdos, de maneira leve”.
Orientação e controle da ansiedade
Não tem fórmula mágica para alcançar um bom resultado nos exames. Os professores são importantes nesta trajetória. Mais do que repassar os conteúdos, eles tentam se aproximar dos alunos para ajudá-los a superar essa etapa com tranquilidade. “A gente tem duas vertentes. Temos a parte do professor que reforça, através de um diálogo amigável, a importância de estudar o conteúdo aplicado em sala de aula em casa. E tem a parte das orientações, nas quais sentamos com o aluno para ajudar na montagem do horário de estudo compatível à realidade deles, na tentativa de suprir as carências que possuem sobre o conteúdo”.
O coordenador e professor de geografia, Tiago Simões Bernardes, busca trabalhar a individualidade de cada aluno. “Não dá para generalizar as realidades deles e as encaixar em determinados padrões. Aplicamos, individualmente, orientações baseadas na relação que tem com o mundo lá fora, favorecendo a conquista dos objetivos profissionais almejados por eles”.
Mas mesmo com todo preparo alguns alunos não conseguem manter a calma para seguir firme na rotina de estudo ou mesmo perdem o controle emocional na hora do exame. A terapeuta cognitivo-comportamental, Nayara Benevenuto Peron, dá algumas dicas para o controle da ansiedade.
Treinamento de relaxamento:
– Deve-se tencionar, propositalmente, os diversos grupos musculares do corpo
– Em seguida, relaxá-los, diferenciando suas características quando estão tencionados, e quando estão aliviados.
– Depois de aprendida e treinada, assiduamente, a técnica auxiliará a identificar a musculatura tesa além do necessário.
A respiração diafragmática e pausada é outro ponto importante:
– Deve ser realizada com auxílio dos músculos abdominais, sem mexer o tórax.
– Inspire por três segundos, segurando o ar por mais três.
– Ao expirar, solte-o suavemente durante seis segundos, eliminando-o totalmente do abdômen.