É um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento) que aparece no início da vida adulta e se manifesta através de uma necessidade exacerbada de admiração e falta de empatia com os outros. É uma condição na qual as pessoas têm uma noção excessiva de sua própria importância, com preocupação extrema consigo mesmas.
Quem sofre desse transtorno tende a se preocupar exageradamente com a maneira com que os outros o enxergam e com aspectos que possam interferir de alguma forma, na percepção de sua imagem, como poder, prestígio e vaidade. Por acreditar que não é suficientemente reconhecido pela maioria das pessoas, o narcisista tenta obsessivamente demonstrar ou tornar claro aos outros aquilo que acredita ser o seu real valor.
A essência desse transtorno é que a pessoa está absolutamente convicta de que é superior aos outros e se compara metodicamente com todos ao seu redor julgando que ninguém está acima dela, ou ao lado dela, mas sim abaixo.
A pessoa que sofre de Transtorno de Personalidade Narcisista demonstra ter uma forte autoestima, mas na verdade, importantes nomes como Aaron Beck defendem que o narcisismo é um mecanismo compensatório frente a uma fragilidade interna em que por se sentir incapaz de ser superior, o indivíduo ativa crenças de inferioridade, insignificância ou impotência, desenvolvendo estratégias de autoproteção e de autodefesa para equilibrar.
Os narcisistas costumam apresentar características como superioridade, vaidade, autossuficiência, autoritarismo, exibicionismo, pretensão de privilégios e exploração dos outros. Além disso também exageram talentos e conquistas por se sentirem muito grandiosos e importantes; esperam ser reconhecidos como superiores; acreditam ser únicos e muito especiais; exigem admiração excessiva; acreditam que os outros o invejam; expressam sentimento de “estar no sue direito” e criam expectativas irracionais de como merecem ser tratados; costumam não ter empatia, não identificando ou reconhecendo os sentimentos e emoções nos outros.
A característica essencial é um padrão de grandiosidade e necessidade de admiração. Os indivíduos com este transtorno frequentemente superestimam suas capacidades e exageram suas realizações, comumente parecendo prepotentes ou arrogantes. A baixa autoestima, quase que invariavelmente presente, assume a forma de necessidade de constante atenção e admiração.
Por sua vez, a expectativa irracional de receber um tratamento especial ou obediência automática às suas demandas, juntamente com uma falta de sensibilidade aos desejos e necessidades alheias, pode resultar na exploração involuntária sobre outras pessoas. Os indivíduos com este transtorno em geral necessitam de empatia. As relações interpessoais comumente são comprometidas pelos problemas relativos ao desrespeito e a falta de sensibilidade com os outros. Quando reconhecem as necessidades ou sentimentos alheios, tendem a vê-los como sinais de fraqueza ou vulnerabilidade, o que torna os torna muito sensíveis a críticas.
Tratamento
Ainda não existem as causas exatas que levam ao desenvolvimento do Transtorno de Personalidade Narcisista, mas a psicoterapia pode auxiliar na redução dos sintomas e controle do transtorno.
Justamente pelo narcisista se achar superior, dificilmente reconhece que tem um problema ou procure alguma forma de tratamento. Quanto isso acontece, seu foco costuma ser em função dos outros, ou seja: ele usa a terapia como um local para dizer o quanto não está recebendo de todos tudo o que merece.
Como em qualquer transtorno de personalidade, o tratamento do narcisismo é difícil. O nível de consciência que a pessoa tem sobre seu quadro, a auto observação e o questionamento de seus próprios padrões de pensamento e comportamento são fatores que podem favorecer uma melhor administração do quadro.
Os traços de personalidade podem ser difíceis de mudança. O objetivo em curto prazo da psicoterapia para o transtorno de personalidade narcisista é abordar questões como a depressão, baixa autoestima ou vergonha. Em longo prazo o objetivo é rever e modificar seus padrões de pensamento que distorcem a sua autoimagem e criar uma visão mais realista de si mesmo, sem tanto sofrimento.
A psicoterapia também pode ajudar o paciente a se relacionar melhor com os outros para que seus relacionamentos sejam mais íntimos e saudáveis. Pode ajudar a entender as causas das emoções e o que o leva a competir, desconfiar de outros, e talvez desprezar a si mesmo e aos outros.