dependência química

Como saber se sou dependente?

Atualizado em 05/07/2017
Por Redatora Casule

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Como saber se sou dependente?

Os sintomas de abstinência são a maior evidência da presença da dependência. Eles se caracterizam por sintomas físicos e psíquicos de desconforto após a redução ou interrupção do consumo.

Quase todas as substâncias são capazes de desencadear sintomas de abstinência, e a intensidade destes é progressiva. Conforme a dependência aumenta, eleva-se a magnitude dos sintomas, que podem ser psíquicos (fissura, ansiedade, sintomas depressivos, irritação, piora da concentração e insônia), bem como físicos (tremores, suor difuso, palpitações cardíacas, aumento da temperatura do corpo, náuseas e vômitos) e levar a um estado de confusão mental (delirium).

A síndrome da abstinência é um sinal de adaptação do cérebro à presença constante da substância no organismo. Cada substância pode produzir sintomas de abstinência característicos. Para conhecer a particularidades de algumas substâncias você pode seguir a leitura, ou pular para a substância de interesse clicando: álcool, anabolizantes, anfetaminas, cocaína e crack, maconha e nicotina.

Álcool

Substância química lícita, encontrada em uma variedade de bebidas, sendo a mais utilizada no mundo. Está presente na maioria das festas e rituais religiosos e em todo local onde o consumo é aceito, há uma bebida típica da qual o povo se orgulha.

As complicações decorrentes do consumo de álcool não estão necessariamente relacionadas ao uso crônico. Intoxicações agudas, além de trazerem riscos diretos à saúde, deixam os indivíduos mais propensos a acidentes, gerando problema de saúde e segurança pública.

No Brasil a dependência do alcool acomete 11,2% dosbrasileiros que vivem nas 107 maiores cidades do país e, ao lado do tabagismo, é a que recebe mais atenção dos pesquisadores.

Efeitos agudos e crônicos: o álcool é um depressor cerebral e age em diversos órgãos, como fígado, coração, vasos e parede do estômago. A intoxicação é o uso nocivo em quantides acima do tolerável para o organismo, e seus sinais e sintomas caracterizam-se por níveis crescentes de depressãodo sistema nervoso central.

Inicialmente, há sintomas de euforia leve; depois tonturas, ataxia e falta de coordenação motora, cofusão e desorientação; graus variáveis de anestesia podem ser atingidos, entre eles o estupor e o coma.

Síndrome de abstinência: inicia-se horas após a interrupção ou diminuição do consumo. Os tremores nas extremidades e nos lábios são os mais comuns, além de náuseas, vômitos, sudorese, ansiedade e irritabilidade. Casos graves evoluem para convulsões e estados confusionais, com desorientação temporal e espacial, ilusões e alucinações auditivas, visuais e táteis.

Principais complicações decorrentes do uso crônico e intenso de álcool
Sistema gastrintestinal Hepatopatias

Pacreatite crônica

Gastrite

Úlcera

Neoplasias (boca,lingua, esôfago, estômago, fígado, etc)

Sistema circulatório Cardiomiopatias

Hipertensão arterial sistêmica

Sangue Aneminas (sobretudo megaloblástica)

Diminuição na contagem de leucócitos

Sistema nervoso periférico Neuropatia periférica
Sistema reprodutor Impotência (homens)

Alterações menstruais e infertilidade (mulheres)


https://www.youtube.com/watch?v=EJSWUL7Njmg

Anabolizantes 

São substâncias relacionadas a um hormônio masculino chamado testosterona, sua principal função é a reposição desse hormônio devido a um déficit ocorrido por algum problema de saúde. Além desse uso, eles favorecem o crescimento da musculatura, o aumento da síntede de proteínas e de cálcio nos ossos e o desenvolvimento das características sexuais masculinas.

Efeitos e riscos à saúde: icterícia, tremores, hipertensão, acne severa, tumores no fígado, retenção de líquidos, diminuição dos índices de HDL e dores nas articulações são alguns problemas que o consumo excessivo de anabolizantes pode causar.

Síndrome de abstinência: os sintomas prováveis são depressão, fadiga, inquietude, insônia, perda do apetite, diminuição da libido, fissura, cefaléia, insatisfaão com a imagem corporal e ideação suicida.

Complicações clínicas: o uso abusivo em homens causa diminuição da produção e da qualidade de espermatozoides e redução no tamanho dos testículos; impotência, infertilidade, aumento da próstata, dificuldade ou dor para urinar, desenvolvimento de mamas, calvície, maior chance de neoplasia do rim e do fígado e infarto do miocárdio. Nas mulheres os efeitos podem ser voz gossa, aumento do clitóris, crescimento de pelos faciais, alterações ou ausência de ciclo menstrual e diminuição dos seios. Nos adolescentes, há maturação esquelética prematura e puberdade acelerada, o que resulta em um crescimento raquítico.

O abuso de anabolizantes pode causar também variações de humor, inclusive agressividade, o que pode gerar episódios violentos. Podem também experimentar ciúme patológico, irritabilidade e ilusões, podendo ter uma distorção de julgamento em relação a sentimentos de invencibilidade, distração, confusão mental e esquecimentos.

 

Anfetaminas

São estimulantes da atividade do sistema nervoso central. No Brasil, a maior parte da anfetamina consumida é vendida legalmente em farmácias, como prescrição para o tratamento de TDAH, narcolepsia e da obesidade, mas há também as ilícitas.

Efeitos agudos: diminuição do sono e do apetite, aceleração da velocidade do pensamento, maior produção de fala e inquietação. Há uma elevação do estado de alerta e instabilidade do humor, podendo variar da euforia ao mal-estar psíquico. Ocorre também dilatação da pupila, aumento dos batimentos cardíacos e hipertensão.

Complicações clínicas: uso crônico gera estados de desnutrição e problemas como infarto agudo do miocárdio, cegueira cortical transitória, cardiopatiras irreversíveis, vasoespasmos sistêmicos e edema agudo pulmonar.

Cocaína e Crack

O hábito de mascar folhas de coca entre a poplação nativa dos Andes existe a pelo menos 5 mil anos, tendo surgido com o objetivo de amenizar o cansaço e a fome. A baixa concentração nas folhas tornam improváveis as chances de dependência, situação que surgiu a partir do século XIX, quando a cocaína foi isolada de suas folhas. O crack e a merla, surgidos em meados dos anos 1980, são a cocaína em sua forma de ase livre (cocaína aquecido em água e bicarbonato de sódio, que toma a forma de cristais).

A cocaína é um estimulante, cuja euforia desencadeada reforça e motiva, na maioria dos indivíduos, o desejo por um novo episódio de consumo, mas quanto mais rápido o início da ação, quanto maior a sua intesidade e quanto menor a sua duração, maior será a chance de o indivíduo evoluir para situações de uso nocivo e dependência. Todos esses fenômenos são influenciados pela via de administração escolhida, e por isso ela e um importante fator de risco para o uso nocivo e para a dependência.

Principais sintomas decorrentes do consumo de cocaína
Sintomas psíquicos Sintomas físicos
Aceleração do pensamento

Inquietação psicomotora

Aumento do estado de alerta

Inibição do apetite

Labilidade do humor, variando da euforia ao mal-estar

Aumento da frequência cardíaca

Aumento da temperatura corporal

Aumento da frequência respiratória

Aumento da transpiração

Tremos leve de extremidades

Contrações musculares involutárias (especialmente língua e mandíbula)

Tiques

Dilataão da pupila (midríase)


Síndrome de abstinência:
períodos de desejo intenso pelo consumo de cocaína, associados a outros sintomas, como fadiga, anedonia e depressão, resultando no retorno ao uso da droga. A síndrome de abstinência é composta por três fases:

  • Fase I – Crash: drástica redução no humor e na energia (instala-se cerca de 15 a 30 minutos após o uso da droga, persistindo por cerca de oito horas e com possibilidade de estender-se por até quatro dias). O usuário pode sentir depressão, ansiedade, paranoia e um internso desejo de voltar a usar a droga (craving ou fissura). Instalam-se a hipersonia e a aversão ao uso de mais cocaína, e o individuo pode despertar para ingerir alimentos.
  • Fase II – Síndrome disfórica tardia: inicia-se de 12 a 96 horas depois de cessado o uso e pode durar de 2 a 12 semanas. Nos primeiros quatro dias há sonolência e desejo pelo consumo da droga, anedonia, irritabilidade, problemas de memória e ideação suicida. Ocorrem recaídas frequentemente coo tentativa de aliviar os sintomas disfóricos.
  • Fase III – Fase de extinção: os sintomas disfóricos diminuem ou cessam por completo, e o craving torna-se intermitente.

https://www.youtube.com/watch?v=-yr6KLQGT_o

https://www.youtube.com/watch?v=OutwugmiPiY

Maconha

A maconha é um alucinógeno, cujo princípio ativo é  THC (tetra-hidrocanabinol). Há muitos fatores que influenciam seus efeitos, tais como a concentração de THC na planta, a sensibilidade aos efeitos, as experiências prévis do usuário e o ambiente do consumo.

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Efeitos: Em geral, o uso é seguido por alterações nos sentidos (visão, audição, olfato), na cognição (pensamento, memória e atenção) e no humor. Há alterações da orientação de tempo e espaço e ilusões visuais e auditivas. A capacidade de concentração de de realizar atividades elaboradas ou cálculos diminui muito. A capacidade de trabalho em tarefas que exigem atenção é prejudicada, assim como a condução de veículos.

Sintomas de abstinência: fissura, irritabilidade, nervosismo, inquietação, sintomas depressivos, insônia, redução do apetite e cefaleia.

Sinais e sintomas decorrentes do consumo da maconha
Efeitos euforizantes Alteração da percepção do tempo

Risos imotivados

Fala solta

Sensação de relaxamento

Aumento da percepção das cores, sons, texturas e paladar

Efeitos físicos Taquicardia

Hiperemia conjutival

Boca seca

Hipotermia

Tontura

Retardo psicomotor

Redução da capacidade para execução de atividades motoras complexas

Falta de coordenação motora

Redução da acuidade auditiva

Aumento da acudiade visual

Broncodilatação

Hipotensão ortostática

Aumento do apetite

Xerostomia

Tosse

Midríase

 

Efeitos psíquicos Despersonalização

Desrealização

Depressão

Alucinações e ilusões

Sonolência

Ansiedade

Irritabilidade

Prejuízos à concentração

Prejuízo da memória de curto prazo

Letargia

Excitação psicomotora

Ataques de pânico

Autorreferência e paranóia

Prejuízo do julgamento

https://www.youtube.com/watch?v=nmcsyZU19tU

Nicotina

Pode não parecer, mas o consumo de tabaco é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Entre as 25 doenças relacionadas ao hábito de fumas, todas são causas de morte: doenças cardiovasculares (43%), câncer (36%), doenças respiratórias (20%) e outras (1%).

https://www.youtube.com/watch?v=tvUSxMXkmlU

Embora o primeiro cigarro fumado seja predominantemente marcado por efeitos desagradáveis – dor de cabeça, tonturas, nervosismo, insônia, tosse e náusea -, a diminuição dos sintomas é rápida e, então, um consumo diário se estabelece.

A nicotina é um estimulante leve e causa dependência química.

Efeitos agudos e crônicos e riscos à saúde: os processos farmacológicos e comportamentais que determinam a dependência de nicotina são similares àqueles da heroína e da cocaína. Os danos à saúde causados pelo tabagismo, porém, não são devidos somente à nicotina. O cigarro contem mais de 4700 substâncias, algumas cancerígenas e outras tóxicas para vários órgãos do corpo. Assim, o consumo está relacionado a muitas patologias graves: danos pulmonares, como insuficiência respiratória, asma, bronquietes e cancer de pulmão. O tabagismo aumenta o risco de problemas cardíacos e circulatórios, tais como hipertensão, obstrução dos vasos e infarto. A maioria das mortes evitáveis é causada pelo cigarro.

Síndrome de abstinência: em um período que pode ser de poucos meses, aguns fumantes já começam a apresentar os primeiros sintomas da síndrome de abstinência. Seus sintomas e magnitudes podem persistir por meses, e, dependendo da gravidade, são pouco tolerados. Os sintomas psicológicos relacionados à falta de nicotina são homor disfórico ou deprimido, insônia, irritabilidade, frustração, raiva, ansiedade e dificuldade de concentração. Já os sinais físicos são taquicardia, hipertensão, tremores e sudorese.

https://www.youtube.com/watch?v=C-XjcJqWWTI&list=PLB_rcPiqiMPwp81m1OFBQPyFoy1EHny0P

É importante destacar, como dito em nosso texto anterior, que há tratamento para a dependência química. Profissionais especializados na área são fundamentais para desconstruir estigmas quanto ao tratamento, tanto para o dependente quanto para os familiares envolvidos.

Se você precisa de ajuda, ou conhece quem precisa, saiba que a Casule tem uma equipe de profissionais competentes para auxiliá-lo.

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