Circunstâncias difíceis (por exemplo a morte de um dos pais, dificuldades financeiras ou ter sido vítima de desastre natural) podem afetar o desenvolvimento de algumas crianças. No entanto, a maioria delas pode superar bem as situações adversas por serem resilientes. Resiliência é ser capaz de se adaptar às circunstâncias difíceis de uma forma positiva.
Não é um traço de personalidade: essa característica varia dependendo da duração, da natureza e do acúmulo de fatores de risco e ainda do apoio que a criança recebe. Varia também de acordo com a situação: algumas crianças que mostram resiliência em um aspecto (por exemplo, escola) podem ter dificuldades em outro (por exemplo, conviver com os pares).
Alguns fatores que favorecem a resiliência
– pontos fortes pessoais: ter boas habilidades sociais e uma personalidade fácil e ser capaz de regular as emoções após um evento estressante;
– apoio social: ter amigos e cuidadores disponíveis e sensíveis;
– ter família, segurança, estabilidade financeira e convivência com as pessoas da comunidade em que vive;
– ter bem desenvolvidas as funções executivas (por exemplo, memória, atenção, ser capaz de controlar impulsos) e o controle cognitivo. Essas habilidades ajudam a criança para se adaptar às mudanças em seu ambiente causados por um evento estressante.
Como promover o desenvolvimento da resiliência nas crianças
– Durante a gravidez, tenha expectativas realistas de como será sua vida após o nascimento e garanta apoio psicológico em situações estressantes para permanecer saudável e proporcionar um ambiente de carinho para a criança
– Envolva a criança em atividades físicas que exijam treinamentos específicos
– Brinque com jogos que envolvam a tomada de decisões, atenção e memória
– Estabeleça limites e regras claras para promover o autocontrole (por exemplo, peça a criança que permaneça na mesa até o fim do jantar ou até que complete uma tarefa)
– Depois de um evento estressante, tente restaurar uma rotina regular, assim que possível, tendo em mente que novas rotinas terão de ser estabelecidas
– Esteja sempre física e emocionalmente disponível para as reações de seu (sua) filho(a)
– Ouça as perguntas e discuta sobre as experiências traumáticas da criança. Procure ajuda
de um profissional, se achar necessário
– Participe de atividades conjuntas para ajudar a família a recuperar uma vida normal
– Encontre tratamentos que se encaixem com a cultura, a personalidade e o desenvolvimento da criança.
Fonte: http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2015/01/como-ajudar-criancas-desenvolverem-resiliencia