É natural sofrer uma certa cobrança por parte das pessoas com quem convivemos, tanto na vida profissional quanto na pessoal, seja para cumprir o prazo de uma atividade no trabalho ou, então, para tomar decisões no relacionamento amoroso ou familiar. E, até certo ponto, essa cobrança é sadia e, muitas vezes, serve como um empurrão para nos obrigar a agir e a dar o nosso melhor. Por outro lado, quando essas cobranças, em vez de pontuais, tornam-se frequentes, e começam a acompanhar você dia sim, outro também, é bom ficar alerta. Afinal, quando a expectativa do outro o obriga a viver sempre sob altos níveis de estresse, e isso se prolonga por semanas ou até meses, é natural que a sua qualidade de vida comece a despencar, a ponto de ocasionar o aparecimento de problemas físicos e emocionais. “Sempre que vivemos uma experiência estressante, o organismo vai fazer um esforço grande para tentar voltar ao equilíbrio. Só que, nesse processo, ocorre também um conjunto de reações no corpo todo, envolvendo o físico, o psíquico e até mesmo a esfera social. Assim, a resposta que você dá à pressão psicológica também se refletirá em todos esses campos da sua vida”, explica a psicóloga Denise Pará Diniz, coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
A especialista faz questão de reforçar que não é a cobrança externa o que nos adoenta, e sim o quanto nos preocupamos. Isso explica por que uma pessoa consegue conviver anos com um chefe autoritário, enquanto outra não é capaz de segurar a bronca por uma semana. Ao perceber que uma situação dessas está tirando você do sério, roubando a sua energia e prejudicando a sua capacidade de relaxar, o melhor é procurar um meio de defesa. “Pessoas frequentemente expostas a situações estressantes aumentam a produção de cortisol, um hormônio que favorece a deposição de gordura abdominal. “Esse quadro, por sua vez, eleva as chances de sofrer de problemas como a hipertensão, o diabetes, a depressão e a ansiedade”
Veja como se cuidar
A descoberta de uma doença grave, como o câncer, pode ser uma experiência traumática para algumas pessoas e levar até mesmo a uma piora do quadro. “Qualquer doença grave, incapacitante, causa sofrimento, porque remete a pessoa à sua própria finitude, a faz pensar na questão da vida e da morte, que é o conflito mais intenso com o qual o ser humano pode se deparar”, explica a psicóloga Ana Cristina Waissmann, chefe da sessão de psicologia do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Existem várias doenças e sintomas que um trauma psicológico pode agravar, mas o mais comum é que apareçam quadros asmáticos, de hipertensão, problemas cardíacos, doenças de pele e dores de causas desconhecidas. Também os distúrbios emocionais são frequentes, como a angústia exagerada, a ansiedade e a depressão. O choque também pode fazer com que as pessoas se isolem e se sintam solitárias.
Saia dessa: Para quem está nessa situação, o mais importante é procurar uma rede de apoio, que reúna outros pacientes com aquela mesma doença, para poder dividir angústias e medos. Vale cercar-se de familiares e amigos. No mais, é interessante consultar um psicólogo, que poderá escutar todas as dores e preocupações sem julgar. “Uma pessoa que está sofrendo tanto não pode ter preconceito em procurar um profissional de saúde mental, porque esse auxílio só vai lhe fazer bem”
FONTE:http://revistavivasaude.uol.com.br/bem-estar/como-lidar-com-a-pressao-diaria/503/#