Mau-humor excessivo ou alegria ao extremo? O transtorno bipolar é um tipo de doença de humor que afeta muitas pessoas pelo mundo. Manifesta-se normalmente com períodos de humor elevado, conhecido como mania, em alternância com períodos de depressão. Conviver com alguém que sofre com transtorno bipolar requer cuidados especiais e um tratamento diferenciado.
De acordo com o psicólogo Daniel Saloes Conceição, existe o transtorno bipolar do tipo I que tem como característica a presença de episódios de depressão e de mania, geralmente ocorrem em 1% da população brasileira. E o transtorno bipolar do tipo II, que tem como característica a alternância de depressão e episódios mais leves de euforia, que podem chegar até 8% da população brasileira.
“A pessoa apresenta modificações na forma de pensar, agir e sentir e nos episódios de euforia, vive em um ritmo acelerado, assumindo comportamentos extravagantes como comprar compulsivamente tudo o que vê pela frente, ou então investir em empreendimentos acreditando que renderão lucros vertiginosos, ou envolver-se em experiências perigosas sem levar em conta o mal que podem causar”, explica.
O psicólogo alerta que este tipo de pessoa tende a se isolar, ter sentimentos de tristeza e vazio, e o que antes era belo e prazeroso passa a ser insignificante desagradável e fadigante. “Acredita-se que vários fatores possam estar envolvidos nas oscilações de humor das pessoas com transtorno bipolar, tais como: diferenças físicas em seus cérebros, desequilíbrios entre os neurotransmissores, desequilíbrio hormonal, fatores genéticos e fatores exógenos, como estresse e experiências traumáticas”.
Sintomas
Nos períodos de episódios depressivos a pessoa sente tristeza intensa sem motivo aparente todos os dias, angústia, desânimo, perda de peso e perda de apetite ou ganho de peso e come excessivamente, sentimento de inutilidade, desesperança, sentimento de culpa, perda significativa de interesse em atividades que antes eram prazerosas, pensamentos sobre mortes e suicídios, problemas pra dormir ou excesso de sono, afastamentos de amigos, solidão.
Comprar compulsivamente pode ser um sintoma. No período de episódios de euforia a pessoa se distrai facilmente, tem redução da necessidade do sono, pouco controle do temperamento “explodindo” ou sendo agressivo com facilidade, tem aumento significativo de energia, pensamentos acelerados que se atropelam, grande agitação e/ou irritação, autoestima elevada, hiperatividade e compulsão alimentar.
“A fase maníaca do transtorno bipolar pode durar dias e até mesmo meses. Os sintomas são mais comuns em pessoas que tem o tipo 1 da doença. No tipo 2, os sinais são similares, mas menos intensos. Em alguns casos as duas fases podem ocorrer juntas ou rapidamente uma após a outra”, ressaltou Daniel.
Diferenças
Saber diferencia o mau humor crônico, distimia e transtorno bipolar é fundamental para que o diagnóstico não seja errada.
Mau humor: quando for frequente é uma característica dos transtornos de humor, e geralmente é um dos sintomas da depressão, distimia e do transtorno bipolar.
Distimia: É um tipo de depressão crônica porém com intensidade moderada. Na distimia o mau humor é constante e se pesquisar o histórico de vida das pessoas, é possível perceber que desde a infância sempre foram pessimista, com baixa autoestima, de elevado senso crítico e sempre enxergaram o lado negativo da vida.
Transtorno Bipolar: Tem como característica principal a alternância significativa de humor em fases depressivas e de euforias.
Para simplificar, o psicólogo exemplifica que quando uma pessoa passa por uma situação desagradável ou que incomoda, mas que não seja tão relevante, e fica irritada ou “rabugenta”, é mau humor. O distímico fica irritado e mau humorado quando tudo está bem, ou quando tudo está mal, se está chovendo ou está sol, pois sempre vê as situações com pessimismo. Já o bipolar sem motivo aparente muda de humor significativamente. Em um momento está extremamente eufórico e num outro extremamente depressivo.
Medicamentos
Algumas pessoas recorrem aos medicamentos que ajudam a minimizar os sintomas. Neurolépticos, antipsicóticos e estabilizadores de humor são indicados. Tomando lítio, uma medicação considerada pela Psiquiatria, muito eficiente, os pacientes podem levar vida normal.
Alerta
“Devido à facilidade de informação, e por se tratar de comportamentos exacerbados, está mais fácil de se identificar o transtorno bipolar”, diz Daniel. Ela alerta que geralmente pessoas do convívio, como familiares ou colegas de trabalho, estranham tais comportamentos e sinalizam. “Mas é fundamental que o diagnóstico seja feito por um profissional capacitado como o médico psiquiatra”.
A pessoa que sofre desse mal, assim que identificar tais comportamento, deve imediatamente procurar um psiquiatra para iniciar o tratamento com medicação adequada e para que este o encaminhe para terapia. A pessoa deve seguir a risca todas as recomendações do médico e do terapeuta para obter um resultado eficaz em seu tratamento.
Fonte: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/cidades/saiba-como-identificar-os-sintomas-que-causam-o-transtorno-bipolar/?cHash=eb4241cdb85103a4e8ddce2033dfd979