O Transtorno Paranóide da Personalidade, como todos os outros tipos de transtornos da personalidade, independe da cultura e do grupo social que o indivíduo se insere, envolve um estilo global de pensar, sentir ou relacionar com a realidade e com os outros. Caracteriza uma maneira de ser do indivíduo, o qual geralmente concorda com essa sua forma de ser (ego-sintônica).
Tem normalmente início no final da adolescência ou no começo da idade adulta. Quase invariavelmente há uma crença de estar sendo explorado ou prejudicado pelos outros de alguma forma e, por causa disso, a lealdade e fidelidade das pessoas estão sendo sempre questionadas. Muitas vezes o portador deste Transtorno é patologicamente ciumento e questionador da fidelidade do cônjuge, ao ponto de causar situações francamente constrangedoras.
O portador deste distúrbio de personalidade pode interpretar acontecimentos triviais e rotineiros como humilhantes e ameaçadores, desde um erro casual no saldo bancário, até um cumprimento não efusivo podem significar atitudes premeditadamente maldosas. Há uma sensibilidade exagerada às contrariedades ou a tudo que possa ser interpretado como rejeição, uma tendência para distorcer as experiências, interpretando-as como se fossem hostis ou depreciativas, ainda que neutras e amistosas (pensamento paranóide). Estas pessoas podem sentir-se irremediavelmente humilhadas e enganadas, conseqüentemente agressivas e insistentemente reivindicadoras de seus direitos.
Essas pessoas supervalorizam sua própria importância, as suas idéias são as únicas corretas e seus pontos de vistas não devem ser contestadas, daí a facilidade em conquistar inimigos e a tendência em pensamentos auto-referentes. São desconfiadas, teimosas, dissimuladoras e obstinadas, vivem numa solidão freqüentemente confundida com timidez, como se não houvesse no mundo pessoas com quem pudessem partilhar sua prodigalidade, dignidade e seus sentimentos superiores.
As pessoas com Transtorno Paranóide da Personalidade são extremamente sarcásticas em suas críticas, irônicas ao extremo nos comentários e contornam as eventuais situações constrangedoras recorrendo a artimanhas teatrais e chantagens emocionais. Não toleram críticas dirigidas à sua pessoa e qualquer comentário neste sentido é entendido como declaração de inimizade.
Pelo entusiasmo com que valorizam suas idéias, sempre as únicas corretas, podem ser vistos como fanáticos nas várias áreas do pensamento; seja religioso, político, ético ou profissional. Gostam de fantasiar, mas tem dificuldades em distinguir a fantasia da realidade. Pessoas com estes distúrbios são hiper-vigilantes e tomam precaução contra qualquer ameaça percebida. A afetividade, nestes casos, é muitas vezes restrita e pode parecer fria dado ao gosto destas pessoas em serem sempre objetivas, racionais e pouco emocionais.
Critérios diagnósticos:
a) sensibilidade exagerada à contratempos e rejeições;
b) tendência a guardar rancores persistentemente, isto é, recusam à perdoar aquilo que julgam como insultos ou desfeitas:
c) desconfiança e tendência à interpretar erroneamente as experiências amistosas ou neutras;
d) obstinado senso de direitos pessoais em desacordo com a situação real;
e) suspeitas injustificáveis em relação à fidelidade (conjugal ou de amigos);
f) autovalorização excessiva;
g) pressuposições quanto à conspirações
Muitas vezes o portador deste transtorno é patologicamente ciumento e questionador da fidelidade do outro, a ponto de causar situações francamente constrangedoras. Como os outros tipos de transtornos da personalidade, esse transtorno tem início no final da adolescência ou no começo da idade adulta.
A característica essencial deste tipo de personalidade é uma tendência persistente e injustificável para interpretar as ações dos outros como se fossem deliberadamente hostis, ameaçadoras e mal intencionadas. Há, na personalidade paranóide, sempre algo de desconfiança, cisma, interpretações de esquemas de complôs. As opiniões em sentido contrário às suas interpretações não mudam seu ponto de vista, menosprezando assim o bom senso.
Fonte: http://www.psiqweb.med.br/site/DefaultLimpo.aspx?area=NO/LerNoticia&idNoticia=180