Psiquiatra? Psicólogo? Terapia? Medicamentos? O quê ou a quem recorrer para aliviar o sofrimento de pessoas com problemas, distúrbios ou doenças mentais? Por mais comum que seja essa dúvida, a resposta não é tão clara e óbvia assim.
As doenças e distúrbios psicológicos variam muito e vão desde os mais graves até os mais simples. Fato é que todos precisam de tratamento e em sua maioria são curáveis. Porém, em alguns casos, a psicoterapia é suficiente e, em outros, é necessário entrar com medicamentos para complementar o tratamento. Somente uma consulta com um psicólogo e médico psiquiatra pode determinar qual é o caso.
Não é fácil identificar quando a situação exige medicação ou não. O que se tem visto atualmente, é que, por causa da correria, do estresse e da grande velocidade com que as coisas acontecem, as pessoas estão tomando remédios indiscriminadamente porque procuram um alívio rápido. O problema é que alguns sintomas desconfortáveis podem até desaparecer, mas não curam a doença central, que pode estar causando insônia, ansiedade, frustração e até mesmo depressão. Isto é, os sintomas desaparecem quase que por magia enquanto se toma os medicamentos, porém quando se deixa de tomá-los, os sintomas voltam e por vezes de forma mais intensa e descontrolada.
Observa-se que com o avanço da indústria farmacêutica no desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes e com menos efeitos colaterais, juntamente com os atuais valores que prioriza satisfações imediatas, a crença excessiva no medicamento como instrumento de “cura mágica” para as dores psíquicas tornou a medicação um novo modo de vida.
Inicialmente utilizados como um recurso para possibilitar ao sujeito curar-se de seu sofrimento, os psicofármacos acabaram por alienar o homem na promessa de libertar-se das dores da própria essência humana, tornando-se um meio de camuflar o sofrimento humano.
Os medicamentos que agem no sistema nervoso central têm o nome de drogas psi-coativas ou substâncias psicotrópicas. Estas podem atuar sobre a percepção, humor, comportamento e consciência, tendo consequências diretas e indiretas sobre outras capacidades cognitivas.
A depressão é o quadro predominante no uso medicamentoso e os antidepressivos e ansiolíticos são os medicamentos mais utilizados.
Os psicofármacos tornaram-se uma revolução no tratamento daqueles antes denominados loucos. No lugar dos manicômios e tratamentos de choques, a medicação possibilitou ao paciente uma diminuição de seus sintomas e sofrimento, a adaptação do sujeito ao mundo e, conseqüentemente, sua integração à sociedade.
Os medicamentos só podem ser ministrados por médicos. Os psicólogos não podem receitá-los. O ideal é quando se estabelece uma parceria entre o médico, psicólogo e paciente, de forma a aliar a psicoterapia à medicação, pelo menos durante algum tempo. Normalmente, o paciente toma os remédios durante a fase mais aguda da doença (crise) e depois os mesmos podem ser diminuídos e até cessados, sendo que a terapia continua porque é um tratamento com efeitos em logo prazo. O uso medicamentoso, orientado por um profissional de confiança, pode auxiliar a escuta, percepção e orientação do sujeito.
No caso de pacientes em processo terapêutico que necessitam de medicação, mas encontram-se resistentes (devido ao medo da dependência, ao “susto do psiquiatra” ou ao conhecimento de efeitos adversos) se faz necessário a participação ativa do psicólogo sobre a importância da associação naquele momento (psicoterapia + medicamentos), bem como a psicoeducação sobre o transtorno e as formas de tratamento (inclusive medicamentosa).
No entanto, é importante ressaltar que entre a medicação e a psicoterapia, deve-se dar prioridade à psicoterapia ou em alguns casos a associação de ambas. Não aconselha-se optar unicamente pela medicação visto que por si só, a medicação é capaz de aliviar os sintomas, mas não curar a doença.
Fontes:
www.psicologiafree.com/curiosidades/medicamentos-ou-psicoterapia/
newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/220.pdf
www.psicologoeterapia.com.br/psicoterapia/psicoterapia-ou-medicacao/