transtorno das compras compulsivas

Você se acha um comprador compulsivo?

Atualizado em 11/08/2017
Por Editor de Conteúdo

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Você se acha um comprador compulsivo?

O transtorno das compras compulsivas é caracterizado pela preocupação excessiva e perda de controle sobre o ato de comprar. Os compradores compulsivos compram mais do que podem, aumentando progressivamente o volume de compras, inclusive adquirindo diversos itens desnecessários.

Por mais que eles tentem, não conseguem reduzir ou controlar o impulso de comprar. Muitos pacientes mentem para a família no intuito de encobrir o descontrole com as compras, além de se endividarem.

Muitas pessoas confundem impulsividade e compulsão pelo fato de ambos causarem alívio da tensão. Os atos impulsivos são marcados por um componente prazeroso no momento da execução, diferente da compulsão que leva ao desprazer e outras emoções negativas logo depois do alívio imediato causado pela compra, como angústia, vergonha, tristeza e culpa, por exemplo.

É importante diferenciar uma compra normal de uma compulsiva. Nesse segundo caso, há necessariamente certo grau de angústia e prejuízos no âmbito profissional, social, familiar e financeiro.

Na tabela abaixo, seguem algumas diferenças entre a compra compulsiva e compra normal.

 

Compra compulsiva Compra normal
Não pesquisa preço Avalia custos
Compra por impulso Compra é precedida de ponderação
Cede à pressão do vendedor Não cede à pressão do vendedor
Não seleciona o produto Avalia o produto
Quantidade exagerada Quantidade programada
Visa anestesia emocional Realizado de forma serena
É seguida de culpa e arrependimento Sente-se segura quanto à sua decisão
Coisas fúteis e desnecessárias Coisas úteis e necessárias
Gratificação momentânea Gratificação duradoura
Compromete o orçamento financeiro Não compromete o orçamento financeiro

Adaptado de Pro-Amiti | USP

Pode-se dizer que existem quatro fases do processo de compra compulsiva.

  • A primeira fase é chamada de antecipação, na qual o comprador tem pensamentos e desejos fortes em comprar algo.
  • Assim, a pessoa se prepara para comprar o objeto, escolhe o local e planeja o pagamento. Sendo assim, essa é a fase é a preparação.
  • A terceira fase é caracterizada pela compra em si, o que o comprador sente naquele momento, a fissura pelo objeto e depois o alívio e êxtase em comprar, embora o sentimento de alívio dure por pouco tempo.
  • Já a última fase, compra consumada, é marcada por sentimentos de culpa, arrependimento, decepção consigo mesmo, entre outros afetos negativos.

É comum que o paciente tome a decisão de comprar de forma compulsiva se baseando no seu estado emocional e distorcendo seus pensamentos, tornando-se um comportamento compensatório que busca o alívio da tensão, e então, cria-se um ciclo vicioso. Tal ciclo emocional pode ser descrito como:

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Ciclo da compulsão

Compra -> Alívio Imediato -> Afeto Negativo -> Desconforto -> Compra -> Alívio Imediato -> …

 

Vale ressaltar que os pensamentos e crenças dos compradores compulsivos, na maioria das vezes, são errôneos e disfuncionais acerca da motivação, objetivo e processo de compra, além dos problemas associados à compulsão e endividamento. Imagine a situação em que a pessoa teve um dia cansativo no trabalho.

Quando sai de lá, ela pensa “eu trabalhei tanto hoje, mereço um presentinho”. Nesse exemplo, percebe-se que a compra foi interpretada por ela, de forma distorcida, como uma recompensa ou compensação pelo seu dia difícil, como uma forma de lidar com emoções desagradáveis.

Provavelmente ela se sentiu aliviada no momento em que comprou, mas esse sentimento foi de curtíssimo prazo, ao perceber que mais uma vez comprou algo desnecessário, se culpando em seguida. Outras crenças comuns se baseiam em percepções distorcidas sobre a compra de alguma mercadoria, como se fosse um ótimo negócio ou um empreendimento.

Exemplo de um pensamento: “não posso desperdiçar uma oportunidade dessa!”. Outra distorção é delegar os custos ao futuro ou à sorte. Geralmente, os compradores compulsivos justificam seus excessos postergando as responsabilidades. É comum eles pensarem, por exemplo, “quem não se endivida, não cresce” ou “tenho que arriscar”.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) auxilia na diminuição de reações emocionais e comportamentais excessivas mediante a modificação de pensamentos disfuncionais. Além disso, técnicas específicas são utilizadas para controlar e evitar a compulsão.

A TCC tem sido cada vez mais utilizada e tem se mostrado eficaz no tratamento de transtornos compulsivos, na medida em que os pensamentos e sentimentos do paciente torna-se mais adaptados e funcionais.

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