O que acontece na infância não fica na infância

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Atualizado em 11/08/2021
Por Redatora Casule

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O que acontece na infância não fica na infância

A infância é a fase crítica do desenvolvimento, é nela que nossas crenças vão se formando e essas crenças guiarão nossos comportamentos e a forma de pensar e sentir. 

Nos primeiros 36 meses de vida, o cérebro chega ao ápice de conexões neurais, ultrapassando a quantidade de conexões realizadas durante toda a vida adulta. Quem acredita que um bebê é muito pequeno para se incomodar com uma briga entre os pais, por exemplo, está enganado. Recém-nascidos conseguem perceber a diferença entre uma voz calma e um grito nervoso. As vivências de situações estressantes, como discussões frequentes entre os pais, abuso físico ou emocional, podem prejudicar o desenvolvimento da criança. 

Para se ter uma ideia, no primeiro ano de vida, o bebê identifica e expressa várias emoções. De zero a três meses, por exemplo, o bebê já esboça, através de expressão fisionômica, satisfação, excitamento, alegria, angústia. Com 6 meses começa a manifestar desprazer. Aos sete/oito meses demonstra através da ansiedade o reconhecimento de pessoas próximas e estranha as que não consegue identificar. Aos nove meses já é capaz de expressar satisfação pela companhia e demonstrar alegria. 

São muitas conexões neurais e aprendizados que ocorrem na primeira infância (0 a 6 anos), por isso ela é uma etapa determinante para o estabelecimento de habilidades fundamentais, que terão grande impacto na vida futura. Todos os estímulos recebidos, ou deixados de receber, surtem efeito no desenvolvimento.

É importante estimular a criança nessa fase, valorizar seus comportamentos positivos ao invés de focar nos seus erros, proporcionar um ambiente saudável e acolhedor.

De acordo com Papalia & Feldman, ao longo de cinco décadas, Emmy E. Werner e sua equipe acompanharam 698 crianças nascidas em 1955 em uma ilha havaiana, desde o ventre da mãe. Verificou-se ao final do estudo, que um ambiente favorável pode compensar os efeitos de complicações no nascimento, ou seja, crianças que nasceram com baixo peso e outras complicações graves que cresceram num ambiente familiar estável e enriquecedor, tiveram um bom desenvolvimento físico e psicológico. Em contrapartida, as que nasceram nas mesmas condições, porém cresceram ambientes precários, tiveram seu desenvolvimento seriamente comprometido. Essas crianças que passaram por complicações no nascimento mas cresceram em ambiente favorável e estimulador, também apresentaram menos problemas linguísticos, perceptuais, emocionais e escolares do que crianças com nascimento sem intercorrências mas com pouco estímulo intelectual e apoio emocional recebido em casa.

Assim, o estudo identificou três tipos de fatores de proteção que reduziam o impacto do estresse inicial causado pelos problemas no nascimento, que são os atributos individuais, como inteligência, os laços afetivos com pelo menos um membro da família, e as recompensas em outros ambientes, como escola, trabalho, religião (que trazem significado e controle à própria vida).

Podemos identificar através desse estudo a influência tanto biológica quanto ambiental sobre o desenvolvimento, e a importância dos estímulos.

São vários os estímulos necessários que contribuem para um desenvolvimento adequado, como emocional, motor, cognitivo, alimentar, comportamental, entre outros.

O afeto, o sentir-se seguro, o auxílio para identificar e expressar emoções, contribui para o desenvolvimento da inteligência emocional, habilidade muito importante de ser bem desenvolvida pois interfere diretamente em várias fases da vida. Dificuldades de se relacionar, falta de manejo para lidar com determinadas emoções, como frustração, isolamento ou evitação social, ansiedade são só alguns exemplos que podem estar relacionadas a uma inabilidade emocional. 

Para compreender melhor a importância de se desenvolver de forma adequada o lado emocional, e como fazer isso, sugiro a leitura do texto “O papel do adulto junto às emoções na infância”, disponível aqui no blog.

É importante salientar também que precisamos estar atentos para realizar os estímulos adequados em cada idade, compatível com o amadurecimento neural daquela determinada faixa etária. O desenvolvimento ocorre por etapas, e para ser bem-sucedido, é necessário a etapa anterior estar adequadamente desenvolvida para passar para a etapa seguinte sem atropelos. Cada etapa é um degrau para a seguinte, se esse degrau não estiver firme, se deixarmos lacunas, tudo o que vem depois será comprometido.

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Para exemplificar vejamos o que envolve o desenvolvimento da fala. A criança, para estar apta à falar, primeiro precisa desenvolver a audição (esse desenvolvimento ocorre no 3º mês intra-útero, ou seja, o feto já é capaz de perceber sons), então precisa receber estímulos externos (sons do ambiente, conversas direcionadas a ela). O processo de respiração, sucção, mastigação e deglutição também contribuem para essa preparação. Por isso, somente pelo décimo segundo mês, final do primeiro ano de vida, é que a criança consegue fazer uma construção mais estruturada da fala.

Por causa das etapas e da maturação necessária para aprender novas habilidades não devemos, por exemplo, forçar uma alfabetização precoce. Há uma razão para definir a idade de início. Senão, o tempo que deveria estar sendo empregado para desenvolver habilidades anteriores, necessárias para capacitar a criança a ler e escrever, estará sendo “perdido” ao ensinar algo que ela ainda não está preparada. 

Para a criança ter sucesso na escrita, deve ter bem desenvolvida a coordenação motora apendicular (controle dos braços, mãos, dedos, agarre, preensão, manipulação), sistema visuomotor, o tônus muscular, o equilíbrio, o esquema e imagem corporal. Tudo isso dará a base para a escrita, e são desenvolvidos através de brincadeiras com objetos e ao ar livre, correr, rastejar, pular, dançar, jogar bola, andar se equilibrando numa corda, manipular objetos, fazer desenhos e pinturas com diferentes instrumentos e materiais, etc. Veja que brincar é fundamental para o desenvolvimento!

Podemos perceber com esse texto que tudo o que acontece na infância (seja uma ação ou a ausência dela) gera uma consequência no desenvolvimento. É preciso estar atendo às necessidades de cada fase e o papel que estamos exercendo junto a esse ser humano em formação, pois será determinante para os sucessos ou dificuldades posteriores.

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Referências bibliográficas:

Brites, L. PEPI: Programa Especializado em Psicomotricidade Infantil. (2020). Londrina: Instituto Neurosaber de Ensino.

Mendes, R. Imersão em TCC Infantil: Desenvolvimento Infantil. (2020). Juiz de Fora: NEISME – Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Saúde Mental.

Papalia, D.E. & Feldman, R.D. (2013). Desenvolvimento Humano. Tradução: Carla Filomena M.P. Vercesi [et al.]. 12 ed. Porto Alegre: Ed. Artmed.

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