Descobrir uma gravidez é algo complexo e paradoxal, ao mesmo tempo que a mulher fica extremamente feliz, se sente realizada e plena por se tornar mãe, também é o início de diversos medos, inseguranças, pensamentos e preocupações. A alegria e a realização da maternidade, dividem espaço com várias dúvidas, “será que serei uma boa mãe?”, “vou dar conta?”, “será que foi o momento certo?”.
Somado a isso, o corpo sofre modificações, os hormônios ficam alterados podendo afetar o apetite, o sono e o humor. Com o passar dos meses, surge o ganho de peso, as dores nas pernas, os inchaços, a preocupação com a aparência, com o trabalho e com o desenvolvimento do bebê.
É normal ficar ansiosa?
Sim, é normal sentir-se ansiosa, é uma nova fase, geralmente as mudanças causam ansiedade. Além do mais, a mulher adquire um novo papel social, o de mãe. Essa função é atrelada de significados, sensações, expectativas, crenças e comparações.
Por outro lado, surge a alegria das outras pessoas, o cuidado, o interesse e também os famosos conselhos e pitacos “cuidado com as saladas dos restaurantes”, “come canjica que ajuda a dar leite”, entre outros. A nova mamãe pode ficar ansiosa com o tipo de alimentação adequada, como ficará sua vida sexual, ter receio de doenças que afetem a criança, entre outras questões.
Com isso tudo na cabeça, a mãe precisa de apoio para que a ansiedade não ultrapasse um padrão de normalidade da fase. A mulher precisa, nesse momento, de suporte, cuidados específicos, relações humanas positivas que proporcionem um equilíbrio emocional.
É fundamental o acompanhamento médico durante o pré-natal, para monitorar a saúde da mãe e da criança. Informar-se sobre o assunto e esclarecer as dúvidas com o médico, resulta em confiança e diminuição da ansiedade.
E se eu precisar de ajuda?
Precisar de ajuda durante a gravidez, não é sinônimo de fracasso e sim de zelo consigo mesmo e com a saúde do seu filho. Pode ocorrer que a ansiedade esteja insuportável, excessiva, que você sinta-se cansada, estressada, com medo, com problema de auto-estima, configurando-se em um transtorno de ansiedade.
Os transtornos de ansiedade necessitam de tratamento médico e psicoterapêutico. A psicoterapia proporcionará bem-estar tanto para a paciente como para sua criança.
As técnicas cognitivas comportamentais auxiliarão na capacidade da mãe lidar com a ansiedade no decorrer da gravidez, parto e puerpério. No ambiente terapêutico a paciente se beneficiará de um espaço dela, livre de julgamentos, no qual seus pensamentos e medos serão acolhidos de forma confidencial e segura.
Na terapia serão trabalhados os pensamentos, os medos, as preocupações, a auto-estima e o manejo da ansiedade. Proporcionando assim, uma tranquilidade para vivenciar esse momento único e especial que é almejado por diversas mulheres.
Como me manter tranquila para o bem-estar do bebê?
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Respirar, realizar atividades que proporcionem relaxamento e prazer.
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Seguir as orientações médicas, cuidar da saúde física e mental, praticar exercícios físicos adequados para a gravidez e alimentar-se de forma saudável.
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Orientar-se por meio de fontes confiáveis, um curso de gestantes pode auxiliar na insegurança.
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Não se cobrar tanto, diminuir as expectativas em relação a gravidez.
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Ouvir experiências positivas de outras mães, filtrar as recomendações alheias e emitir sua opinião de forma assertiva.