A raiva é um sentimento muito intenso e desconfortável que pode facilmente dominar quem a vivencia. Se isso acontece com você, provavelmente ela vem acompanhada de problemas. Mesmo sendo um sentimento passageiro, ou seja, ela surge e depois vai embora, devido a sua intensidade, muitas pessoas são dominadas por ela, e quando ela vai embora vê-se o estrago causado.
Mas afinal, para que serve a raiva?
Sentir raiva é normal, esse é um sentimento natural de sobrevivência. Ela aparece em situações que consideramos injustas ou que estamos sendo lesados, que ameaçam o nosso bem-estar, como provocações, ofensas, ser mau tratado, rejeição, desmerecimentos, frustração, não ser respeitado, etc. Temos o impulso de revidar. Ou seja, ela nos dá energia para nos defendermos. Porém, ela bloqueia nossa capacidade de pensar com clareza, assim, a resposta pode se dar com comportamentos inaceitáveis perante a sociedade, comportamentos primitivos, como de um animal que é atacado e precisa se defender. No entanto, faz tempo que o ser humano deixou de viver entre animais selvagens, e reações por impulso podem nos trazer consequências bem ruins.
Aprender a estar no comando é usar a raiva a nosso favor. Como foi dito, esse é um sentimento de proteção, que alerta quanto às injustiças cometidas contra nós. Assim, é ela que nos impulsiona a lutar pelos nossos direitos, a conquistar leis que nos protegem e resguardam.
A raiva pode manifestar-se em diferentes níveis, desde uma irritação, desagrado, até a cólera, ira, fúria. Sabendo que quanto mais intensa menor nossa capacidade de raciocinar, o melhor é ficar atento para percebê-la logo no início, evitar alimentá-la (geralmente a alimentamos com nossos pensamentos), se manter no controle da situação prevendo as consequências e planejando as melhores ações. Tenha em mente que esse sentimento incômodo vai diminuir, você só precisa ter calma e esperar. Depois, de cabeça fria, analise a situação e veja que atitudes deve tomar.
Como a raiva atua no nosso corpo?
A situação vivida desencadeia a reação emocional, no caso, a raiva. Esta, por sua vez, vem acompanhada de uma enxurrada de sinapses nervosas que geram respostas a níveis cognitivo (os pensamentos que nos invadem a mente e que, conforme sua natureza – pensamentos adaptativos x pensamentos desadaptativos – irão direcionar nossas atitudes), físico (reações no corpo, como ficar quente, vermelho, transpirar, boca seca, coração acelerado) e comportamental (as ações).
O que fazer para não ser dominado pela raiva?
- Entenda a raiva: primeiro você terá um pensamento de que algo é uma afronta, em seguida, sentirá algumas reações no corpo, e então irá reagir.
- Perceba como a raiva se manifesta em você;
- Identifique as situações que geram raiva e se previna;
Lembre-se: algo só se torna uma provocação se você interpretar dessa forma;
- Ao ter consciência de como a raiva age e sabendo identificá-la no início, dá tempo de se controlar antes que ela te domine;
- Se a forma como interpretamos uma situação interfere nesse sentimento, mude seu diálogo consigo mesmo, avalie a situação de outro ponto de vista;
- Se aconselhe de forma positiva: diga para si mesmo frases que te acalmarão, como “não deixarei a raiva me dominar”, “de quais outras formas posso enxergar a situação?”, “darei uma resposta depois, quando a raiva passar”, “deixarei para reagir amanhã”, “eu estou no controle”, “pra tudo há solução, posso resolver isso depois”, etc.
- Enquanto mantém esse diálogo interno, respire profundamente;
- Se for o caso, afaste-se da situação, vá beber água, fazer outra atividade, mude o foco;
- Busque outros meios de liberar a raiva: atividade física, pintura, artesanato, conversas com alguém…
- Quando estiver calmo, analise racionalmente o que deve fazer.
Não existe uma receita, o melhor jeito de saber o que é melhor pra você é através do autoconhecimento. Se perceba mais, tenha consciência de como as coisas chegam até você e o que você faz com essas informações. Experimente estratégias até descobrir o que funciona pra você. Se necessário, busque ajuda profissional para te auxiliar nesse processo. Assuma o controle!
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Referência Bibliográfica
Lipp, M.E.N. & Malagris, L.E.N. (2010). O Treino Cognitivo de Controle da Raiva: o passo a passo do tratamento. Rio de Janeiro: Ed. Cognitiva.
Pereira, C.N. & Valcárcel, R.R. (2018). Emocionário: diga o que você sente. Tradução de Rafaella Lemos. Rio de Janeiro: Sextante