Lidar com a perda de uma pessoa querida é sempre uma tarefa difícil. O luto é um processo triste e doloroso que infelizmente todos nós estamos sujeitos a passar. Esse momento provoca em nós diversas reações emocionais.
Ficamos tristes, com raiva, em alguns momentos nos sentimos culpados, ansiosos e cheios de dúvidas em relação ao futuro. É comum a gente se afastar, e se isolar do convívio social. Além disso, evitar encontros que antes eram muito prazerosos, também é uma forma de evitar a situação, se apegando a ideia de que esses momentos perderam a graça e não fazem mais sentido pra nós.
Questionamentos sobre o tempo de duração deste luto também são questionamentos comuns, e não existe um tempo certo para que as coisas se ajeitem ou que tudo volte a normal, pois o período do luto vai depender de cada pessoa, de cada relação afetiva, e de como foram os últimos momentos em vida dessa pessoa querida.
Geralmente o primeiro ano após a perda é o mais delicado, porque é nesse ano que ocorrem os primeiros aniversários sem aquela pessoa, os primeiros eventos que ela gostava de participar ou que são importantes para a família e agora essa pessoa já não está mais presente.
Porém, em algumas pessoas a vivência do luto dura um pouco menos e em outras um pouco mais. E precisamos ficar atentos em como estamos vivenciando ou como as pessoas próximas a nós estão vivenciando o Luto.
Em algumas situações o processo de luto que antes era normal e esperado, pode se tornar algo tão intenso, podendo evoluir para um adoecimento, o que chamamos de luto complicado. O luto complicado leva o indivíduo a desenvolver doenças psíquicas ou psicossomáticas onde há, inclusive, alterações físicas como sudorese, palpitações, fraqueza. Está muito relacionado com a perda abrupta, como em caso de acidentes, tragédias inevitáveis, casos de suicídios e infartos. Também se torna ¨complicado¨ quando evitamos a vivência do luto e logo após o acontecimento agimos como se nada tivesse acontecido, voltamos a trabalhar e assumimos vários compromissos de uma só vez.
Por isso é importante viver este processo e passar por todas as etapas.
Precisamos viver a fase da negação, da raiva, da barganha, da depressão – que é o momento de se dar ao direito de chorar, de sofrer e de sentir falta, para que assim a gente possa viver a fase da aceitação. Que não quer dizer o esquecimento, mas sim de continuar nossa vida, porque nós estamos vivos e existem outras pessoas que também precisam de nós.
Mas como superar o luto?
A melhor forma de passar por este processo é entender a nossa impotência. Por mais que tenhamos feito de tudo para que aquela pessoa continuasse entre nós, o poder de ¨decidir¨ pela vida ou pela morte não é nosso. Se eu tivesse feito desse jeito talvez isso não teria acontecido. Mas quem garante que não teria acontecido? É difícil aceitar que não podemos controlar tudo, e precisamos aceitar que fomos e somos impotentes diante da vida.
Outra forma que torna esse momento ¨menos difícil¨ é não evitar as lembranças. As vezes pensamos que não falar sobre a pessoa que partiu, ou não lembrar de alguns momentos irá ajudar… Mas essa é uma grande ilusão. É necessário sim, relembrar os bons momentos, falar sobre o que a pessoa gostava, rir das histórias passadas, comentar as qualidades e fazer até algumas brincadeiras sobre coisas da personalidade daquela pessoa.
Uma técnica que tem funcionado bastante é o Diário de Pensamentos, onde você não precisa dizer a ninguém, nem falar nada se não quiser… É só escrever. Escreva para a pessoa que partiu. Uma espécie de cartas. Coloque nessas cartas suas emoções, seus sentimentos, sua raiva, sua angústia e sua saudade!
O luto é um momento de dor. A superação do luto não significa esquecer a pessoa amada, pois as lembranças e também a ausência irão continuar, e nada nem ninguém vai ocupar este lugar, ou substituir essa pessoa.
O mais importante é saber que você não precisa enfrentar este momento sozinho.
Procure ajuda! A dor e a saudade vão continuar, mas você vai aprender a conviver com ela. Conte comigo!