O contexto atual de pandemia envolvendo o isolamento social, uso excessivo de tecnologia e distanciamento da escola trouxe mudanças profundas na rotina das crianças e adolescentes. A escola sendo um espaço, para além da educação formal, de troca e interações contínuas, favorece o amadurecimento de aspectos muito importantes para o desenvolvimento saudável de uma criança/adolescente.
O contato constante de uma criança com outras da mesma idade, ou de idades próximas, estimula o vínculo afetivo, as habilidades sociais e também a tolerância à frustração, já que elas podem, frequentemente, se deparar com situações desafiadoras como por exemplo eleger a brincadeira do grupo, dividir brinquedos ou resolver brigas entre amigos; dessa maneira, elas são desafiadas a encontrar soluções para seus problemas de forma mais autônoma (mediada pelos educadores). Essas situações desafiadoras podem estimular o desenvolvimento de boas relações sociais, habilidades de planejamento, execução de tarefas, resolução de problemas e inteligência emocional, contribuindo, consequentemente, para a saúde mental.
A escola, ao sair de cena, coloca a família em destaque. As interações, antes entre amigos e colegas, agora são “substituídas” por irmãos, pais e outros familiares. Como podemos contribuir para a saúde mental dos pequenos em um momento como esse em que estão sendo privados de relações tão ricas e importantes?
Aqui estão 5 atitudes básicas que podem contribuir para minimizar os efeitos da pandemia e também proteger a saúde mental de crianças e adolescentes também depois dela:
- Permita e estimule a expressão dos sentimentos. Nem sempre eles conseguem expressar seus sentimentos pela fala, por isso é muito importante buscar criar um ambiente familiar seguro e acolhedor. Preste atenção também em quando eles precisam se expressar, tão importante quanto o espaço e forma de expressão é também o seu momento!
- Não esconda o que está acontecendo. Crianças e adolescentes são plenamente capazes de perceber quando algo não vai bem! Esconder situações pode gerar sentimentos negativos de culpa, solidão, desconfiança e medo.
- Evite sobrecarga de tarefas e compromissos. O excesso de atividades e pouco lazer podem gerar exaustão mental e aumentar o estresse, possibilitando o surgimento de consequências mais sérias para a saúde.
- Estimule o convívio e o sentimento de pertencimento familiar. Busque atividades lúdicas e recreativas que todos os membros da família possam fazer juntos, elas podem fazer toda a diferença para a saúde mental!
- Fique atento a mudanças bruscas. Qualquer mudança repentina de humor, comportamento, rendimento escolar, sono, alimentação e autocuidado podem ser indicadores de que algo não vai bem.
O cuidado da saúde mental infantil é essencial para prevenir transtornos mentais na vida adulta, além de desenvolver a autoconfiança, compreensão das próprias emoções, autonomia, bem-estar e boas relações sociais.
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