Por que nenhum alimento é bom ou ruim

Por que nenhum alimento é bom ou ruim?

Atualizado em 13/08/2018
Por Redatora Casule

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Atualizado em 13/08/2018
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Por que nenhum alimento é bom ou ruim?

É muito comum vermos em revistas, jornais, programas de TV e na internet algumas dicas sobre quais alimentos não deveríamos deixar de consumir e quais deveríamos passar longe e nunca mais ingeri-los. Claro que alguns alimentos são melhores do que outros quando consideramos o valor nutricional deles. Sem dúvida, uma fruta tem uma qualidade nutricional maior do que o açúcar refinado, mas isso não quer dizer que o açúcar é quase um veneno.

Se você quer emagrecer, por exemplo, diminuir a quantidade de açúcar da sua alimentação pode ser um passo necessário, principalmente se o seu consumo habitual for frequente e em quantidades elevadas (muitos doces, café, chá e suco adoçados, achocolatado, entre outros) e se você não pratica exercícios físicos com regularidade e intensidade. Contudo, quando pensamos em atletas de elite, cujo gasto energético diário pode atingir 12.000kcal – algo próximo à necessidade semanal de algumas pessoas – o consumo de alimentos ricos em açúcar pode ser desejável(!), porque ajuda a atingir a ingestão energética recomendada, o que, por sua vez, ajuda a evitar a perda de desempenho. Isso se torna ainda mais importante quando o atleta em questão realiza dois treinos no mesmo dia e o restabelecimento do glicogênio (reserva de combustível do nosso organismo) precisa ser feito de maneira mais rápida possível.

Não é uma cena incomum para quem acompanha provas de ciclismo de estrada ver atletas bebendo refrigerante logo após uma prova, cuja duração pode ser superior a 5 horas (vamos, aqui, desconsiderar qualquer marketing que possa existir e focar nos fatos nutricionais associados a esse consumo). Uma lata de 350mL de refrigerante (cheia de açúcar) possui, aproximadamente, 150kcal (menos de 2% da necessidade energética diária). Para um atleta que acabou de realizar um volume elevado de exercício, essas calorias são, praticamente, irrelevantes. Esses atletas precisam de mais ou menos 10 minutos de exercício para compensar essa ingestão (e eles treinam/competem por muito mais tempo que isso).

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Por outro lado, você, um ser humano comum, trabalha sentado, faz exercício por 1 hora/dia (quando se exercita), se locomove de carro ou ônibus e dá preferência a elevadores ao invés de escadas, tem uma necessidade energética muito menor (vamos supor algo em torno de 2.000kcal/dia). A mesma lata de refrigerante (igualmente cheia de açúcar) representa um percentual 6 vezes maior da necessidade diária. Se a atividade física mais vigorosa que você faz durante o dia é caminhar do carro/ônibus para o trabalho e do trabalho para o carro/ônibus, você precisaria de 1 hora dessa caminhada para utilizar essas calorias (e você não deve andar tanto assim entre o transporte que utiliza e o local de trabalho).

O que foi exemplificado com o açúcar vale para outros alimentos que são muitas vezes restritos, quando o paciente vai até o consultório buscando orientações para atingir os objetivos. Pode não ser necessária uma restrição tão severa quanto muitos acreditam. Tudo vai depender da sua individualidade, das suas atividades e dos seus objetivos. Saber onde você quer chegar e o que você está efetivamente disposto a fazer vão te ajudar a determinar quais mudanças são necessárias e o nutricionista pode contribuir muito nessa tarefa.

Nenhum alimento é bom ou ruim, herói ou vilão. O importante é variar seus alimentos, dando preferência ao que for mais natural. Mas, de vez em quando, uma “besteirinha” vai bem (se você não exagerar, claro)!

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