Risco divulgação vídeos e fotos eróticas feito por jovens

Os riscos da divulgação de fotos e vídeos com conteúdo erótico por jovens

Atualizado em 02/06/2015
Por Editor de Conteúdo

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Atualizado em 02/06/2015
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Os riscos da divulgação de fotos e vídeos com conteúdo erótico por jovens

 

A expansão do acesso à internet tem trazido novos caminhos e possibilidades aos jovens, mas nem sempre com resultados positivos. Cada vez mais conectados (e desconhecendo os riscos), eles expõem sua intimidade com facilidade. Segundo pesquisa da ONG Safernet divulgada neste mês, o compartilhamento de fotos íntimas em redes sociais tem se tornado hábito cada vez mais comum.

Os dados apontam um aumento de 120% nas denúncias de casos de sexting (divulgação de conteúdo erótico por meio eletrônico entre adolescentes e jovens) em 2014 na comparação com 2013. Segundo a psicóloga infantil Nayara Benevenuto, as pesquisas coincidem com o que ocorre em Juiz de Fora.

Com grande frequência, pais e filhos têm buscado seu consultório para relatar dúvidas e inseguranças com relação à invasão de privacidade no universo on-line. Entre os casos mais comuns, segundo a psicóloga, estão o de meninas que têm vídeos de relação sexual, gravados sem seu consentimento, divulgados.

“Vivemos numa época em que há mais facilidade no acesso ao erotismo, o que ocasiona um despreparo inclusive nos profissionais da educação no trato com o tema. Os pais estão sem tempo de acompanhar o crescimento dos filhos, enquanto os jovens não conseguem aproveitar o que as mídias oferecem de uma forma saudável”, explica Nayara.

“Normalmente, o problema é que, ou os pais cobram e repreendem demais, ou eles ficam muito liberais. Em ambos os casos não costuma haver orientação e diálogo. É preciso deixar claro as consequências e acompanhar os filhos de perto, porque nós somos o filtro das crianças”, orienta. Os casos são ainda mais preocupantes, alerta Nayara, devido às consequências emocionais que as vítimas sofrem.

Somente neste mês, dois casos chamaram a atenção das autoridades. Em um deles, ocorrido em Lagoa Santa, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou que o Facebook retirasse do ar fotos íntimas de uma jovem de 21 anos que mostravam seu rosto e partes íntimas e divulgadas no WhatsApp por um ex-namorado.

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Na mesma semana, várias garotas da cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, procuraram a polícia após verem suas fotos e vídeos íntimos divulgados na mesma rede. Um grupo de mulheres cobrou apuração da justiça e realizou uma marcha pela cidade.

Mulheres são as maiores vítimas

Conforme dados da Safernet, apesar de meninos e meninas produzirem e compartilharem imagens íntimas, as mulheres são as que mais sofrem e pedem ajuda, sendo 81% dos casos. “Ainda temos uma cultura que julga moralmente as mulheres que quiserem expor seus corpos e sua sexualidade, reflexo de um padrão de discriminação por gênero”, explica a psicóloga coordenadora do Helpline (serviço de ajuda em tempo real da Safernet – new.safernet.org.br/helpline), Juliana Cunha. Já com relação à idade, mais da metade das vítimas tem até 25 anos (sendo 25% menores de idade e 28% entre 18 e 25 anos). “Muitos daqueles que compartilham as informações também são menores, que não têm consciência de que estão cometendo um crime”, acrescenta.

Os riscos da divulgação de fotos e vídeos erótico por jovens

A ONG oferece um canal de denúncia e outro de ajuda às vítimas. “Damos acolhimento e apoio. Muitos têm medo de encarar o olhar do outro e se culpam pelo que aconteceu, mas é necessário orientá-los sobre seus direitos, que foram violados, e mostramos o que pode ser feito.”

Vale lembrar que, se o caso envolver menores de 18 anos, o crime se configura como pornografia infantil, e as autoridades são imediatamente notificadas. “Quem recebe e repassa o conteúdo também pode ser responsabilizado criminalmente”, alerta ela. Os infratores estão sujeitos à Lei Carolina Dieckmann (Lei nº 12.737/2012), que criminaliza uma série de condutas no ambiente digital, principalmente em relação à invasão de computadores.

As denúncias de violações também podem ser feitas pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100) e pelo aplicativo Proteja Brasil (disponível para IOS e Android), que mostra onde encontrar serviços de proteção integral dos direitos das crianças e dos adolescentes.

Fonte: http://www.tribunademinas.com.br/intimidade-escancarada/

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