A terapia cognitiva fundamenta-se na racionalidade teórica de que o AFETO e o COMPORTAMENTO de um indivíduo são, em grande parte, determinados pelo modo como ele ESTRUTURA o mundo. Para a terapia cognitiva, mais importante do que a SITUAÇÃO REAL é a AVALIAÇÃO que o indivíduo faz a respeito dela. Por isso temos diferentes emoções e comportamentos em diferentes pessoas quando estas estão diante de uma mesma situação.
Damos essa estrutura ao mundo a partir de nossos esquemas (avaliação mental firmemente estabelecidas sobre as situações). Esses esquemas, quando traduzidos em palavras, tornam-se nossas crenças básicas. Segundo Beck e colaboradores (autores referências da Terapia Cognitiva), há um grupo de crenças interagindo e que estão subjacentes ao uso de substâncias:
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Crenças mais genéricas, como: “Eu não sou aceito”; “O mundo é nocivo e perigoso”; “Eu sou/estou desamparado”; “Eu sou/estou triste e solitário”;
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Crenças relacionadas ao uso de substâncias, como: “A única maneira de lidar com esse sentimento é por meio do uso”; “A única maneira de lidar com o mundo nocivo e perigoso é usando drogas”;
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Crenças de que é “necessário” usar substâncias para aliviar os sentimentos ruins ou o desconforto social.
Essas diversas e outras múltiplas crenças com relação a si, ao mundo e ao outro e aquelas relacionadas ao uso de substâncias interagem entre si e, ao mesmo tempo, formam uma complexa rede de avaliações e sentimentos cuja conclusão final é “eu preciso usar a droga”, de modo que o comportamento de busca se repete.
O problema central de um usuário de substâncias psicoativas é um conjunto de crenças relacionadas ao uso, derivadas e diretamente relacionada com suas crenças centrais básicas a respeito de si mesmo, do mundo e do outro. De acordo com o modelo Cognitivo, o uso de substâncias é uma estratégia compensatória que procura anular as crenças centrais disfuncionais e as emoções ruins que as acompanham.