Hoje vim trazer um pouco da minha experiência pessoal, de mamãe que trabalha fora. Sou casada e mãe de dois meninos lindos de viver, um de 3 anos e 10 meses e outro de 1 ano e 4 meses. Mas vamos do começo…
Trabalho desde bem nova, já iniciando os estágios aos 16 anos e, de lá para cá, me ausentei do labor por apenas 8 meses (4 de cada licença maternidade). Sempre gostei de trabalhar, aquela sensação de independência financeira (claro), mas principalmente de utilidade (sim, tenho essa crença/motivo/propósito). Sinto-me bem mais útil quando estou “trabalhando fora”.
Também sempre me vi mãe, e acredite se quiser, de meninos. Só não sabia o poder/transformação que isso geraria em mim (novas crenças/motivos/propósitos). E não, não estou falando de maternidade perfeita. Tem dias (vários deles) que a gente quer sair correndo e se esconder (só 5 minutinhos, por favor). Falo da maternidade real, cheia de imperfeições, afinal, nunca fui mãe antes e eles nunca foram meus filhos antes. Mas essa mesma, cheia de descobertas, cheia de dores, cheia de alegrias, cheia de significados e resignificados – ela me transformou.
E aí, como volta a trabalhar? Pergunta difícil essa! Mas certa vez, ouvi um monge dizer que nossos propósitos externos tem que ser congruentes com os internos, porque assim há saúde. E vem sendo o que me proponho a fazer a cada dia. Claro que não é fácil ou até mesmo possível pra todas de nós largar/trocar/ajustar o trabalho. Mas, se torna mais fácil lidar com o retorno quando nos propomos a entender nosso propósito, nosso objetivo.
Se formos aos canais de comunicação acharemos uma infinidade de opiniões (assim como você pode ter encontrado essa), desde “pare tudo e se dedique ao filho” a “não pare, pois no futuro se arrependerá”. Não foi com essa intenção que vim até aqui. Não quero te dizer se isso ou aquilo é certo. O que eu quero é te acolher. Se posso te dizer uma coisa certa é: muitas de nós passamos e muitas ainda passarão por essa angústia, e não, não há fórmula.
Estou nesse processo há 3 anos e 10 meses. Ainda não o finalizei, afinal, a cada saída ainda ouço um “mamãe, você vai tabaiá hoje?”, com arzinho de choro na voz. Mas aí vou ajustando aqui, resignificando dali, buscando o motivo e o propósito sempre. Entenda, é um processo. Entenda, é natural passar por ele, sofrer no caminho, sentir-se perdida. O que não é natural é parar e perder de vista o propósito, o significado. Se tem algo que vim trazer/fazer com esse texto é um convite: Busque significado, signficado real para você! E se precisar de ajuda, também natural neste processo, estamos aqui!