As pessoas podem se perguntar:
“Porque eu tenho tanto medo de ficar sozinha?
Porque eu não consigo decidir com o que quero trabalhar?
Porque eu não consigo tomar uma atitude de romper de vez com esse namorado problemático?
Porque eu me boicoto?”
Enfim, as pessoas questionam a existência das dificuldades psicológicas.
Muitas vezes a base dos comportamentos disfuncionais são as crenças disfuncionais.
Por exemplo: Aquela mulher que não se desliga do marido, por mais que ele a maltrate não consegue sair do relacionamento mesmo não dependendo financeiramente. Por quê?
Talvez porque ela tenha aprendido que mulher não consegue, ou não pode, viver só. Talvez tenha aprendido que mulher que não tem marido é mulher mal falada. São exemplos de crenças que muitas vezes estão norteando, negativamente, o comportamento desta pessoa sem que seja percebido.
Alguns exemplos de crenças
– “Tenho necessidade de ser amado”
Com esta crença a pessoa pode estar preocupada demais com o fato de gostarem ou não dela, se preocupa com o que pensam. Essa preocupação pode criar uma ideia de que se o outro não gostar dela será terrível – e pode-se desenvolver medo da rejeição.
A idéia que está por trás é “Eu não devo ser repreendido ou rejeitado pelas pessoas que são importantes (amigo, chefe, pais, sogra, etc) porque seria horrível e eu não suportaria.”
É possível que esta crença exista nas situações onde a pessoa tenta agradar a todo mundo, ou evita conflitos a todo custo e se esforça exageradamente para não contrariar ninguém. Nem sempre as pessoas pensam “Eu me preocupo com o que pensam de mim”, mas podem perceber este pensamento implícito quando sai do sério se o chefe o critica na frente dos outros, ou se desestabiliza quando esta sendo questionado no meio da reunião, ou sente vergonha quando conhece pessoas novas, tudo isso pode demonstrar de que esta pessoa se preocupa com o que pensam dela, mas não se dava conta disso.
-“ Não posso fracassar”.
A idéia que está por trás é “Se eu fracassar será horrível e eu não vou suportar”. Ao se convencer que não deve fracassar em nada pode-se tentar fugir de novas atividade. O medo de fracassar pode fazer com que a pessoa evite qualquer risco. Para não errar não faz nada. O que pode acontecer é a estagnação, a mediocridade, não sai do lugar, não vive, não faz nada. O medo de mudança pode impedir de considerar novas oportunidades, novas idéias e novos objetivos.
Acredito que não se pode confundir a pessoa com seus atos. Uma vez que todo ser humano erra, isso não pode significar que se voce errou é porque voce é um incompetente. A pessoa que não foi eficaz nessa tarefa, nesse dia, isso não significa que nunca acertará em nada. Ao pensar assim não terá energia para levantar e tentar de novo.
– “ As pessoas e as coisas devem ser como eu quero, se não for será o fim, será terrível” .
O nome disso é Baixa tolerância à frustração.
Às vezes pequenas coisas aborrecem tanto quanto grandes coisas, pode ser uma fila mais longa, um tom de voz, um olhar torto, um ruído no telefone, um atraso.
O problema é que a irritação não faz o problema desaparecer, pelo contrário, irritado você pode não conseguir identificar uma boa solução e pode acabar lidando com as pessoas de forma menos eficiente, ou seja, irritado e aumentando o problema.
A baixa tolerância a frustração pode fazer as pessoas se sentirem indefesas e vitimadas. Ao reagir de forma desproporcional pode acabar fazendo parte do problema.
– “A culpa é sempre dos outros”.
Saiba que perder tempo procurando culpados pode te limitar, voce pode não conseguir encontrar a solução do problema enquanto está com a cabeça só no que deu errado.
Em reuniões de trabalho de grupos disfuncionais, podem gastar 80% do tempo achando o culpado, e 20% para realmente fazer alguma coisa a respeito.
Eu considero que culpa é diferente de responsabilidade. Culpa é ficar se castigando, responsabilidade é perceber que voce pode fazer algo a respeito.
Será que castigar resulta em boas ações por parte da pessoa castigada? Por exemplo, o marido que quer que a esposa perceba que ele gosta de comer bife, mas ela foi ao supermercado e esqueceu-se do tal do bife. Eu considero que a pior maneira de conseguir esse bife é brigando com ela.
Sem perder tempo procurando o culpado voce pode pensar em soluções, como nesse exemplo, poderia ser providenciar um bloco de anotações para compras, ou voce mesmo ir ao mercado comprar as coisas que lhe são mais importantes.
Na auto culpa o processo é o mesmo. Por exemplo, uma pessoa que percebe que deixou todo mundo fazer dela de gato e sapato. Quanto mais ela fica se dizendo “a culpa é minha, quem mandou ser tão covarde, quem mandou não responder na hora certa”, sinto muito, mas voce não vai elaborar melhores estratégias de enfrentamento enquanto ficar se chicoteando, enquanto estiver se punindo voce se verá como culpado, e não como responsável, o que é muito diferente.
Veja que você é sim responsável pela sua própria postura diante das pessoas, e que depende de voce mudar isso. Então pare de se punir e mãos á obra.
– “ Se eu me preocupar as coisas irão melhorar”.
Tem gente que não se dá o direito nem de dormir, na hora que coloca a cabeça no travesseiro que começa a ansiedade : “Tenho que fazer isso, comprar aquilo, escrever pra fulano, ligar para sicrano”.
Mas se você parar para pensar vai perceber que toda preocupação antecipada é pode ser inútil, pode não te ajudar a cumprir prazo, a pagar as contas ou receber uma visita.
Ao persistir com essas preocupações você pode tornar infeliz, pois pode se preocupar demais antes da oportunidade de realmente fazer alguma coisa.
– “ Existem soluções perfeitas para todos os problemas e eu preciso encontrá-las”.
As pessoas podem se perder procurando perfeição e se atolar em indecisões:
“Devo pedir demissão ou ficar mais neste emprego?
Devo terminar este namoro ou dar mais uma chance a ele?
Devo falar o que penso ou calar minha boca.
Qual a solução perfeita?”“.
A busca de solução perfeita pode paralisar. Será que existe perfeição? Existe perseverança, a tolerância, a busca do aprimoramento, o compromisso em dar o melhor de si, tudo isso é saudável e costuma produzir bons resultados.
Aceitar as incertezas da vida é uma benção. Aceitar que talvez não consiga pelo melhor, perfeito, que se enquadra com você em tudo, Aceitar isso pode ser sinônimo de viver saudavelmente.
– “É mais fácil evitar situações complicadas do que enfrentá-las”.
As vezes acreditamos que as coisas são muito difíceis, mas talvez seja necessário um pouco mais de disciplina.
Hedonismo significa viver pelo principio do prazer, só fazer as coisas que sejam gostosas e legais, mas acredito que para ter as coisas mais significativas da vida é preciso investir, pagar um preço. Nem sempre o preço é pago em dinheiro, pode ser pago em tempo, tempo que se dispõe ao se dedicar em algo importante.
– “ Se eu jamais me envolver com nada e mantiver distanciamento… serei feliz”.
Creio que existam pessoas que ficam do lado de fora sem participar da vida. Não gostam de nada, nenhuma idéia é interessante, nada do que os outros fazem é realmente importante. Mas ela também não faz nada, porque tem medo de se envolver e não se sair bem.
Ela limita sua vida, mas tem uma vida “segura”.
Ao considerar que viver é cansativo demais, que só vai colher o fruto que cair da arvore, corre-se o risco de nunca comer o que realmente lhe agrada.
Acredito que ficar parado “mata” de tédio.
– “ O passado e todas as coisas horríveis que me aconteceram fazem com que eu tenha todos estes problemas”.
Já ouvi pessoas dizendo:… “Sempre tive uma vida difícil, os outros são mais fortes do que eu”.
Acredito que passado tem sim o poder de influenciar, mas isso não precisa continuar sendo verdade, e nem ser determinante, senão qualquer pessoa que tivesse uma infância difícil estaria fadada ao fracasso, mas isso não é necessariamente verdade, tem muita gente que viveu uma infância terrível, superou e hoje vive muito feliz.
Se você não está conseguindo sozinho, poderá contar com um apoio profissional para trabalhar a superação.
O que afeta não é o que te aconteceu mas o modo como lidamos com isso.
– “ Pessoas me perturbam seriamente” .
Acreditar que pessoas e situações nos fazem sentir bravo, deprimido, ansioso, culpado, ou o que seja. Mas eu pergunto, será que nossos sentimentos não dependem também de nós mesmos?
FONTE:http://www.marisapsicologa.com.br/crencas-enlouquecedoras.html