Cerca de 2% e 8% da população mundial sofre desse mal, que coloca em risco não só a conta bancária, mas também a estabilidade familiar. Quem é que não gosta de fazer compras por prazer? Vivemos numa sociedade consumista onde os apelos para o consumo estão presentes em todos os lugares, estimulando-nos a comprar mais e mais a cada dia. As campanhas publicitárias tratam os produtos como caminhos para a felicidade, para a realização e o prazer: quem não quer ter um sorriso branco, tornar-se irresistivelmente atraente e ter todos os olhares voltados para si? É o que prometem vários produtos! Gostar de comprar não é o mesmo que ser um comprador compulsivo! O consumo compulsivo não tem nada a ver com o endividamento puro e simples ligado a fatores econômicos ou sociais e é um distúrbio psicológico. A pessoa que se endivida uma vez sofre tanto que vai fugir ao máximo de novas prestações. Já o comprador compulsivo quer sentir a satisfação pessoal que o ato de comprar proporciona: ele costuma comprar coisas supérfluas e sem necessidade, gastando o que não pode e muitas vezes arrependendo-se depois. É como se fosse um vício! A pessoa compra por comprar, porque o preço estava bom e não se importa se o objeto da compra será útil ou não. Uma paciente, que não gosta de tomar café, relatou ter 3 cafeteiras em casa, compradas somente porque o preço estava em promoção. Ela conta que não podia deixar de comprar! Quem compra de forma compulsiva não se preocupa como vai pagar, se tem ou não dinheiro disponível para isso, tornando-se muito ansioso e impaciente quandopassa algum tempo sem comprar nada: o ato de comprar serve como um alívio da ansiedade elevada. Além disso, como a compra produz um alívio temporário, daqui a pouco o mal estar retorna: a pessoa compulsiva sente a necessidade de buscar um novo alívio no consumo, assim como um drogado que vai atrás da promessa de prazer na próxima dose. São pessoas insatisfeitas e infelizes. E como comprar apenas alivia, mas não resolve o problema, a pessoa sempre estará comprando, num processo que tende ao infinito, trazendo problemas no relacionamento familiar e muitas dívidas. Mas, se o comportamento de comprar compulsivamente é um distúrbio, por que pouca gente procura o tratamento psicológico? O problema só é notado quando a pessoa não tem mais como conseguir dinheiro para pagar suas dívidas, quando a sua compulsão já ultrapassou todos os limites do seu crédito: mesmo assim, ela só admite ter um problema quando a família ou parceiro a pressionam e a ameaçam com a separação, de expulsá-la do convívio ou de denunciá-la .A compulsão por compras é um distúrbio provocado pela ansiedade elevada. Pessoas muito ansiosas tornam-se compulsivas como uma forma de tentar aliviar os sintomas da sua ansiedade, embora criem outro grande problema – no caso, o endividamento – e, ainda assim, não conseguem aliviar a sua ansiedade: daqui a pouco, lá estão elas novamente com suas atitudes compulsivas. É um círculo vicioso que não tem fim e que traz cada vez mais sofrimento. Para resolver o problema, é preciso entender os fatores que geram a elevação da ansiedade, aprender a lidar com eles e superá-los de forma que a compulsão seja superada e o problema se resolva. Ao invés de criticarem a pessoa porque ela está endividada ou dar uma sériede conselhos que só colaboram para que a pessoa se sinta pior do que já está, a família pode ajudá-la a superar essa compulsão, estimulando-a a buscar o tratamento psicológico, destacando a sua importância para superar esse problema.
Fonte : http://cerejafina.com/consumo-compulsivo
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