Desde que nascemos entramos em contato com outras pessoas e, em nosso processo de socialização, vamos pouco a pouco formando uma ideia de quem nós somos e de como são as pessoas com quem interagimos.
Você sabia que o contato social é tão relevante à formação de nosso autoconceito que nosso eu é visto como um fenômeno social?
Nosso autoconceito é formado, em grande parte, em decorrência de fatores interpessoais e sociais e é relevante em uma variedade de situações.
Saber como somos
É importante saber como somos a fim de melhor entender a influência que isso tem no processo de interação social. É a partir da percepção de nós mesmos e da percepção de como nos relacionamos e nos comparamos com os outros que nosso autoconceito se forma.
A partir do processo de conhecimento de nosso autoconceito forma-se uma estrutura cognitiva conhecida por autoesquema:
- Generalizações cognitivas acerca do autoconceito;
- Decorrem de nossa experiência passada e passam a ter papel ativo no processamento de informações sobre nós mesmos;
Essa ideia que temos de nosso complexo e multifacetado eu é formada utilizando várias fontes de informações:
- Introspecção: Processo de olhar-se para dentro. Conhecer nossos pensamentos, emoções e motivações. Nos permite acesso a conteúdos conscientes e formar uma narrativa relativa do nosso eu;
- Percepção de nosso comportamento: A maneira pela qual nos comportamos constitui importante fonte de informação acerca de como somos. De acordo com Deci (1975) há duas motivações para os nossos comportamentos: Interna: aquela que vem de dentro e independe de estímulos externos; Externa: que deriva de estímulo externos.
- Comparação social: Tendemos a nos avaliar constantemente quanto às nossas opiniões e capacidades. Apreciação feita pela comparação com uma realidade objetiva ou, na falta desta, por meio da comparação com outras pessoas.
- Influência do contexto social: A observação de nossas reações e as características da situação em que elas ocorrem nos ajudam a melhor conhecer a nós mesmos. Nossos sentimentos são mesmo influenciados significativamente pelo modo como interpretamos ou avaliamos a situação em que nos encontramos. Nossos estados fisiológicos podem nos servir de guia.
Uma vez formado nosso autoconceito (processo cognitivo) desenvolvemos um afeto, geralmente positivo, em relação a ele (processo afetivo). A autoestima é o resultado da autoavaliação de nosso autoconceito: quando o afeto dirigido ao nosso autoconceito é negativo, nossa autoestima fica baixa, quando nosso afeto é positivo, nossa autoestima fica alta. É importante observamos o quanto nosso autoconceito e a autoestima diz de nossos comportamentos diários.