Em uma consulta ao pediatra, não é incomum ver pais que estão, no mínimo, preocupados com os hábitos alimentares dos seus filhos, alguns porque comem muito, outros porque comem pouco. Em sua fase de descobertas, é normal que as crianças não apresentem apetite para todos os grupos alimentares ou todos os tipos de alimentos, porém há aqueles que apresentam grande restrição alimentar, caracterizada pela recusa e desinteresse por muitos alimentos.
A rejeição exagerada pode indicar um distúrbio chamado “Transtorno Alimentar Seletivo”. Nesse caso, a dieta fica restrita a um grupo alimentar, geralmente carboidratos e processados ricos em açúcar, que garantem energia. Crianças que apresentam o comportamento desse distúrbio têm pouco apetite, além de apresentarem extrema recusa a novos alimentos e aversão a frutas, legumes e verduras. Apesar de ser mais comum em pessoas que apresentam outros tipos de transtornos, o TAS pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade e persistir por anos.
É importante salientar que o transtorno alimentar seletivo não está ligado à bulimia ou anorexia, pois neste caso o paciente não se preocupa com o seu peso ou com a sua imagem, ele rejeita o alimento por, de fato, não se interessar por ele. Há diversas possibilidades que justificam o surgimento desse distúrbio, principalmente relacionadas a componentes biológicos e psicológicos.
As desconfianças das causas são:
Paladar muito aguçado:
Algumas pessoas, ainda na infância, apresentam o paladar muito aguçado, fugindo à normalidade. Isso pode causar certa preferência por alguns alimentos e recusa por outros, levando em conta o seu sabor.
Manifestações sensoriais:
O cheiro ou a aparência do alimento também podem colaborar com o surgimento do distúrbio. Muitas pessoas possuem alta sensibilidade a essas características e, por isso, podem desenvolver rejeição a certos grupos alimentares.
Fatores psicológicos:
Muitas pessoas associam o alimento a experiências traumáticas ou desagradáveis já vividas, como uma azia resultante de um almoço ou jantar ou um forte enjoo após experimentar certo alimento.
Infelizmente, para os que convivem com esse distúrbio, as consequências podem ir desde a deficiência em nutrientes no organismo até problemas sérios de saúde, como diabetes e colesterol alto. Além de consequências biológicas, as consequências psicossociais têm forte influência no paciente do TAS, muitas pessoas se sentem constrangidas e tendem a se afastar de grupos sociais evitando convites para almoços, jantares e demais confraternizações.
Para as crianças, o tratamento deve ser feito sob orientação de um pediatra, que indicará quais os melhores caminhos para superar o distúrbio e incluir novos alimentos na dieta, já para os adultos, o acompanhamento correto é feito através de consultas clínicas, visitas ao nutricionista e o auxílio do psicólogo.
Apesar de ser uma descoberta recente, padrões alimentares inadequados têm feito pacientes há muitos anos e, por isso, merece atenção especial. Não hesite em procurar por auxílio clínico e mantenha atenção à sua dieta.
Fonte: http://blog.onofre.com.br/2015/02/18/transtorno-alimentar-seletivo-o-que-voce-sabe-sobre-isso/