Descobrir que os votos de fidelidade foram quebrados causa muita dor. Esse sentimento é forte porque a relação amorosa é uma das mais íntimas que estabelecemos e isso faz com que tudo o que é vivenciado nela seja muito intenso. A infidelidade é ser traído naquilo que é mais íntimo e que gera tanta expectativa, ao mesmo tempo em que começamos a nos questionar aonde nós falhamos e se fomos incompetentes em cuidar da relação.
Em grande parte dos casos, a traição não é praticada por simples desdém à relação, mas por um sentimento de falta ou insatisfação com o parceiro ou a relação. Essa insatisfação, no entanto, não precisa ser apenas da relação em si. Ela também pode ser pessoal. Quem procura novas experiências fora do relacionamento também sofre de um tipo de vazio. Pode ser, por exemplo, que o infiel sinta uma necessidade grande de se autoafirmar e seduzir.
As razões para a infidelidade conjugal são multifatoriais. Vão desde etapas da vida, o término da “lua de mel”, gravidez, estresse até desejo de maior liberdade, forma de recapturar a vitalidade quando a vida está difícil, forma de fugir de traumas, falta de intimidade, toque, generosidade, sexo, apoio e cumplicidade, impacto na autoestima, segurança em relação à sexualidade, sensação de autonomia, etc.
Falar em traição pode mexer com um dos medos mais profundos de alguns casais. Para aqueles que passaram por essa situação, o problema maior é o que vem depois: o relacionamento precisa acabar? Será que tem chances de ser reconstruído?
Há quem leve uma traição a ferro e fogo: se foi infiel, não há motivos para continuar junto. Mas alguns resolvem tentar novamente, inclusive frequentando sessões de terapia de casal para decidirem se irão manter o relacionamento ou se cada um seguirá o seu caminho sozinho.
A infidelidade não é o maior motivo que leva a destruição do casamento. Leva, sim, a desestruturação, mas não necessariamente à destruição. Muitas vezes, quando do caso descoberto, a situação é mal conduzida tanto pelas pessoas envolvidas quanto por profissionais não preparados para lidar com a situação. A sociedade adora julgar e colocar seu juízo muitas vezes rígido sobre as coisas, o que piora a situação e isso, sim, faz muitos relacionamentos acabarem.
Mas afinal, por que há parceiros que conseguem deixar essa parte de sua história para trás, e até mesmo encaram a traição como uma maneira de fortalecer o casamento antes estremecido, enquanto outros preferem seguir caminhos diferentes?
Primeiro é importante salientar que cada casal é único. Eles têm suas regras e seu jeito. Há casais que consideram até um olhar para o lado uma traição, e outros que acham que só a conjunção carnal é sinônimo de trair. O importante é tentar entender o que é traição para eles, o que levou um parceiro – ou os dois – ao ato, e saber a disponibilidade de superar a traição.
Traição só ocorre quando tem um problema?
Um dos grandes estereótipos envolvendo a infidelidade tem a ver com a culpa de “ter deixado a relação ruim”. Nem toda pessoa que trai o faz porque o relacionamento vai mal. Essa traição pode acontecer por vários motivos, inclusive porque o par acha que há uma monotonia sexual: o objeto de desejo, que é o parceiro fixo, nesse caso, já está totalmente conquistado. Uma pessoa nova traz mais estímulo. E há também uma hipótese bem comum: a pessoa, por mais que esteja comprometida, simplesmente sentiu desejo por outra e isso pode não ter nada a ver com o relacionamento que ela mantém.
O que pode, de fato, ser um empecilho na busca pela reconciliação é a necessidade emocional de cada parceiro ou parceira: enquanto alguns estão satisfeitos com a segurança que o relacionamento estável traz, outros podem também ter um desejo de aventura mais forte, o que pode ser um conflito para casais monogâmicos.
Como superar e, talvez, reconstruir a relação?
Uma traição nem sempre é um mal para o casal, pelo contrário, em alguns casos ela pode, inclusive, ser uma força para recuperar a relação. Tudo vai depender da forma como o casal resolve essa situação.
O casal que se recupera é aquele que conseguiu trabalhar as questões essenciais do casamento: qual a minha parte aqui? Como eu contribuí para a relação? Como eu me coloco frente ao outro?
À partir da infidelidade, o casal pode passar a se importar realmente um com o outro. Ficam mais caprichosos com a relação, mais unidos e mais preparados para enfrentar outras questões da vida.
São coisas assim que precisam ser tratadas. Não podemos desvalorizar a dor do outro. E é preciso ter muito autoconhecimento e reaprender a se divertir com o parceiro – não somente sobreviver no casamento.
Além disso, é preciso muito diálogo entre o casal, principalmente na etapa de reconstrução da confiança. E tem que falar a verdade, mesmo que ela possa machucar. Conversas que vão desde definir o que será considerado traição até estabelecer acordos cotidianos ajudam a prevenir conflitos. Mesmo os relacionamentos abertos têm regras de funcionamento. O casal pode combinar que cada um pode sair uma única vez com outra pessoa. Se um deles se encontra mais de uma vez com ela, está rompendo o que tinha sido estabelecido com o parceiro e sendo infiel.
Em linhas gerais, com uma boa comunicação, o casal expressa suas expectativas, sabe quais são as regras, define se ficou chateado com o que o outro fez e fala se está insatisfeito com a relação. Assim é possível negociar melhor os conflitos sem precisar abrir espaço para alguém de fora.
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Fontes:
https://womenshealthbrasil.com.br/traicao-afinal-o-que-e/
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/03/05/por-que-alguns-casais-se-recuperam-de-uma-traicao-e-outro-nao.htm
https://www.jornalnh.com.br/2017/08/vida/viver_com_saude/2163242–quem-ama-tambem-pode-trair–diz-psicologa.html