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Rapport e Psicologia

Atualizado em 05/02/2020
Por Redatora Casule
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Rapport e Psicologia

Certamente na vida você já experimentou muito do rapport por aí, mas não se deu conta disso. Estabelecer uma relação através do rapport é demonstrar que há, naquele momento, uma confiança, um sentimento de bem estar que o faz simplesmente se sentir à vontade com uma outra pessoa. Entende-se que rapport é algo espontâneo, ou seja, deve acontecer naturalmente, mas é possível identificarmos o desenvolvimento dele tendo em vista que ele se apresenta em pequenas ações, inclusive em nosso próprio corpo.

Você já percebeu que às vezes gosta tanto de uma pessoa ou anda tanto com alguém que depois de certo tempo começa a usar algumas expressões verbais parecidas ou começa a fazer alguns gestos ou brincadeiras exatamente como essa outra pessoa faz? Pois bem, isso é um simples exemplo de como o rapport age em nossas relações e é justamente isso que precisa acontecer no atendimento com a finalidade de se alcançar mudanças.

Mas afinal, o que é rapport?

Rapport é um conceito originário da Psicologia que remete à técnica de criar uma ligação de empatia com outra pessoa. O termo vem do francês Rapporter, cujo significado vem da sincronização que permite estabelecer uma relação harmônica. A técnica objetiva gerar confiança no processo de comunicação, para que a pessoa fique mais aberta e receptiva durante a terapia. Isso faz com que ela interaja, troque e receba informações com mais facilidade, além de ser utilizado também para tratar questões comportamentais de quem tem como objetivo primário melhorar tanto a comunicação, quanto o relacionamento com as pessoas. Estabelecer um bom rapport não significa concordar com tudo o que a outra pessoa esta dizendo, mas sim, criar uma reciprocidade e sintonia com ela.

É importante deixar claro que ter empatia ou rapport dentro do setting da psicoterapia não significa estar de acordo com às demandas do paciente de forma indiscriminada. Rapport é compreender as demandas do paciente e, a partir desse sentimento, estabelecer uma relação profissional que facilite os passos de toda dinâmica psicoterápica.

Entender essa diferença é muito importante porque é comum a confusão com relação ao papel do psicólogo, como se ele tivesse o dever, não de compreender a pessoa, mas sim, de aceitá-la simplesmente do jeito que é, tomando como correto tudo que ele fala.

Rapport e sua importância na Psicologia

O rapport é um dos assuntos mais importantes na terapia e que muitas vezes é ignorado. Grande parte do sucesso no tratamento psicológico se deve a uma boa aliança terapêutica entre paciente e terapeuta. 

A falta de rapport nesses casos pode repercutir negativamente para o profissional em diversos pontos: a pessoa vai deixar de frequentar a terapia, ela não se comprometerá com as tarefas dadas nas sessões, não se sentirá motivada a alcançar a mudança e também não irá acreditar no que é proposto ou indicado como estratégia. 

Entre as principais vantagens dessa técnica estão:

  • Estabelecer confiança de forma instantânea;
  • Se torna mais fácil dar sugestões para os pacientes, pois eles tendem a ter confiança em indivíduos que se sentem bem;
  • O paciente se sente mais a vontade em expor seus pensamentos e demonstrar de verdade o que está sentindo, com isso é mais fácil conduzi-lo para o caminho adequado.

Esse é um elemento terapêutico tão relevante hoje em dia que é ensinado aos futuros terapeutas nas universidades e, inclusive, existem cursos especializados destinados a formar os mais diferentes profissionais, sobretudo profissionais da saúde, que vão entrar em contato com pessoas com problemas que precisam ser solucionados em parceria.

Técnicas para um bom rapport


Os dois pilares fundamentais que se baseiam o rapport são: confiança e comunicação fluida. A comunicação entre terapeuta e paciente deve ser assimétrica, na qual o paciente intervenha bem mais que o terapeuta. 

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Algumas técnicas se mostram eficazes para estabelecer um bom rapport e são elas:

– Escuta ativa: trata-se de escutar o que o paciente quer contar sem interromper, mostrando por expressões e gestos que você está ao lado dele, compreendendo-o e o acolhendo;

– Receptividade: para existir um bom rapport é muito importante que o terapeuta se mostre receptivo com seu paciente. O profissional pode ter um leque de conhecimento bastante amplo, mas de nada vale se o paciente não se sentir amparado por ele. A falta de confiança vai repercutir diretamente no grau de compromisso do paciente com a terapia;

– Empatia: se colocar no lugar do outro é indispensável se queremos prestar alguma ajuda. Independente do que o paciente esteja passando, o terapeuta deve enxergar o mundo com os olhos dele, mesmo que não seja compartilhado do mesmo sentimento ou posição. Apenas com empatia é possível gerar confiança para assim, ajudar as pessoas;

Ausência de julgamento: um dos elementos mais importantes, que fazem com que haja ainda mais facilidade para se estabelecer verdadeiramente o rapport é suspender todo e qualquer tipo de julgamento com relação ao outro, pois se tentamos estabelecer uma comunicação com alguém e colocamos nesta comunicação nossos preconceitos, passando a julgar tudo o que a pessoa nos diz e o seu modo de ser, agir e levar a sua própria vida, não conseguimos estabelecer uma conexão genuína

– Linguagem verbal e não verbal: deve-se ter cuidado na hora de comunicar com o paciente, pois muitas vezes pode ser dito algo que pareça incoerente com suas expressões ou gestos. A coerência entre linguagem verbal e não verbal é fundamental na relação entre terapeuta e paciente, pois sem ela não é possível criar um “clima” de colaboração e confiança.

Fontes:
https://blog.psicomanager.com.br/2019/08/14/como-o-rapport-influencia-a-psicologia/
https://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching-e-psicologia/o-que-e-rapport/
https://www.psicologiasdobrasil.com.br/importancia-do-rapport/
https://psicoligado.org/2017/04/02/o-que-e-rapport/



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