Terapia comportamental é aliada para perder peso e manter a forma

Atualizado em 27/07/2015
Por Nayara Benevenuto

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Atualizado em 27/07/2015
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Terapia comportamental é aliada para perder peso e manter a forma

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Ao lado de adequação alimentar e atividade física, a terapia comportamental cognitiva (TCC) tem impulsionado a perda de peso. Especialistas dizem que para emagrecer é preciso mudar a forma de pensar e, a partir daí, o modo de agir. Não é segredo para ninguém. Só emagrece quem diminui as calorias – com alimentação adequada ou atividade física, ou os dois juntos, o que é bem melhor. Mesmo quem se rende às dietas da moda – das sopas, das luas, dos médicos de sobrenome marcante e das celebridades, sabe, no fundo, as regras para ver a balança baixar. Mas não só com restrição e malhação se perde peso. É preciso colocar a cabeça a favor do processo. O emagrecimento exige mudança de comportamento e antes dele uma mudança cognitiva, uma transformação no jeito de pensar.

Não basta virar a folhinha. O início de ano é marcado por proposições: vou fazer dieta, entrar na academia, parar com a cerveja. Terminado o primeiro mês, muita gente nem começou. Muita gente já desistiu. Para a psicoterapeuta sistêmica Aline Rodrigues, tais promessas são alimentadas por quem não quer desperdiçar o tempo novo para dar mais força a alguma proposta. “Mas não é uma mudança de data que vai fazer diferença. Com a virada do ano só se renova o desejo”, alerta a psicóloga, que se dedica a programas de emagrecimento.

A terapia comportamental cognitiva (TCC) tem dado evidências de seu papel coadjuvante no tratamento da obesidade. Nessa abordagem, desenvolvida pelo psiquiatra norte-aAmericano Aaron Beck em 1956, e em voga nos últimos anos, a maneira como as pessoas pensam afeta o que elas sentem e fazem. Assim, a TCC busca auxiliar na identificação de pensamentos sabotadores para responder a eles de maneira funcional, o que leva a pessoa se sentir melhor e a se comportar de modo mais adaptativo ao seu ambiente.

Nessa perspectiva, dieta e atividade física são tão importantes quanto uma tomada de consciência: Em que contexto engordei?. Que pensamentos elaborei sobre mim que se manifestaram em um corpo pesado? Por que a dieta não funciona comigo? O que me desanima? Segundo Aline Rodrigues, um plano de emagrecimento só dá certo quando a pessoa mexe com sua estrutura de pensamento e comportamento. “Mais do que escolher alimentos apropriados e adotar hábitos saudáveis, é preciso modificar, permanentemente, a maneira de pensar”, defende.

Funcionou para a produtora de moda Ana Carolina Costa Nunes, de 26 anos, que emagreceu 10 quilos. Em uma experiência anterior, o médico sugeriu um acompanhamento psicológico, mas ela não se sentia preparada. Hoje, vê o quanto é importante. Toda semana Ana tem uma sessão de TCC que a ajuda a passar melhor pelas dificuldades da dieta. “As pessoas com excesso de peso tendem a ser ansiosas. É isso que nos faz comer. Quando fazemos esse tipo de tratamento, vamos deixando as angústias e a ansiedade de lado e a comida vai ficando em último lugar. Hoje, vejo isso nitidamente na minha vida. Quem convive comigo diariamente também viu a diferença.”

TOMADA DE CONSCIÊNCIA

Enxergar o próprio corpo é o primeiro passo para quem quer emagrecer. Perder peso exige um ajuste de mentalidade, uma motivação e uma intenção de se manter magro

Para a psicóloga Halina Rezende, coordenadora do Programa de Apoio Psicocomportamental ao Emagrecimento (Proapce) do Instituto Mineiro de Endocrinologia, muitas vezes a comida está no lugar de outra coisa, sinalizando uma falta, portanto. “Muitos obesos têm um ganho secundário com essa condição. Eles ficam no princípio do prazer, só comendo, sem entrar em contato com o próprio corpo. Mas eles precisam perceber essa realidade, senão vão ficar burlando, deixando a dieta sempre para o mês que vem”, explica a especialista, ela mesma ex-obesa.

Foi assim com Marcelo Camargo Alves, de 41 anos. “Quase sempre estive acima do peso, mas não tinha isso como problema, acredito que por causa da acomodação”, lembra o engenheiro eletricista, que perdeu 33 quilos desde julho de 2013. Mesmo não percebendo a obesidade como um problema, ele se incomodava em alguns momentos, quando comprava roupas ou ia à praia, por exemplo. “As pessoas próximas faziam críticas para me alertar e eu dizia sempre a mesma coisa: ‘Por que tenho que seguir esse padrão estético? Sou feliz gordo!’. Eu me enganava literalmente”, reconhece. Em meados do ano passado, no exame periódico exigido pela empresa onde trabalha, Marcelo constatou que estava com pré-diabetes e o colesterol nas alturas. No teste ergométrico a médica lhe disse que ele estava ótimo, mas para alguém com 65 anos. As palavras foram tão fortes que ele resolveu mudar o rumo de sua vida. O apoio da família é uma das fontes de motivação a que ele tem recorrido, além, é claro, da busca por mais anos de vida. “Acordo e olho para minha filha pensando que essa luta é por mais saúde para ficar ao lado dela”, acredita.

CATALISADOR

O peso deixou de ser um problema e sem essa preocupação ele tem pensado em outras coisas. Para Marcelo, até a troca de carro ou apartamento era deixada de lado: era mais cômodo deixar tudo como estava. “A sensação que tenho é que a perda de peso virou uma espécie de catalisador, um acelerador de decisões. Os 119,6 quilos funcionavam como âncora, o que me impedia de seguir em frente. Cortei a corrente da âncora e estou seguindo em frente e acelerado, realizando as mudanças na minha vida”, acredita. Marcelo conseguiu enxergar seu corpo. E conseguiu mudar sua relação com ele porque soube manter a motivação. Segundo a psicoterapeuta familiar Aline Rodrigues, é importante identificar o que leva a pessoa a comer, o que a desanima, mas também que atitudes podem fazer diferença em uma mudança de hábitos. E isso exige um ajuste de mentalidade, uma motivação e uma intenção. É preciso tomar consciência de que agir de forma diferente do que estamos acostumados não é fácil e requer esforço.

Livre-se do  “e se eu?”. E é preciso ter metas reais. Segundo a especialista, os pacientes criam muitas expectativas: se eu fosse magro… se eu conseguisse manter esse peso… Para enfrentar melhor o desafio do emagrecimento, é importante começar aos poucos, com prazos curtos e metas alcançáveis. “Quando estipulo uma meta menor do que posso produzir, vou me sentir mais motivado e autoconfiante. Manter expectativas realistas é um importante passo para alcançar o corpo que se deseja”, explica.

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Essas e outras ferramentas da terapia cognitiva comportamental (TCC) são eficazes em uma mudança de comportamento. “Só a tomada de consciência é capaz de fazer com que esses candidatos ao emagrecimento tenham sucesso nessa jornada nada mágica como muitos desejariam. Emagrecer exige esforço. Quando tomo consciência do meu comportamento, não responsabilizo ninguém pelo que não consigo. Assim será possível saber: ‘Do que eu realmente tenho fome?’, ‘De comida ou de sentimentos?’”, sugere.

COMPORTAMENTO FUNCIONAL

Psicóloga americana ensina pessoas acima do peso a repensarem a relação com a comida e propõe uma espécie de emagrecimento permanente

O livro é um best-seller, o que atrai, mas também afasta leitores. Há sempre quem fuja do que considera autoajuda. Em Pense magro por toda a vida (Artmed), Judith Beck atualiza o programa de emagrecimento proposto no seu livro anterior, Pense magro: a dieta definitiva de Beck. Baseado em técnicas cognitivas e comportamentais, o programa, pelo contrário, é fruto das pesquisas iniciadas por seu pai, Aaron Beck, e, posteriormente, seguidas por estudiosos do comportamento em todo o mundo.

Judith auxilia os indivíduos a mudarem a forma como lidam com a alimentação, adquirindo pensamentos, sentimentos e comportamentos mais funcionais e modificando a relação que estabelecem com a comida. No livro mais recente, ela ensina as habilidades necessárias para atingir o emagrecimento permanente. É na proposta da psicóloga americana que se baseiam a maioria dos programas de emagrecimento com o suporte da terapia comportamental cognitiva.

No Programa de Apoio Psicocomportamental ao Emagrecimento (Proapce) do Instituto Mineiro de Endocrinologia, por exemplo, o paciente tem 10 sessões para entrar em contato com técnicas de remodelagem dos pensamentos sabotadores que servem de gatilho para o ato de comer. Outro foco é o aprendizado de novos comportamentos, o autoconhecimento, o aprimoramento do autocontrole e o gerenciamento da ansiedade e do estresse.

REALIDADE

Para a psicóloga Halina Rezende, coordenadora do Proapce, na terapia comportamental cognitiva direcionada ao emagrecimento o paciente, primeiramente, precisa ver o que está ocorrendo com seu corpo. “Ele não tem noção, senão não pesaria 90, 100 quilos. A pessoa que quer emagrecer precisa entrar em contato com essa realidade, porque é comum que tenham uma imagem corporal distorcida. Muitas vezes, só quando emagrecem conseguem perceber a que peso chegaram”, explica.

Para a produtora de moda Ana Carolina Costa Nunes, por exemplo, o peso demorou a se tornar um problema real. “Todos sempre falavam que eu era uma pessoa legal, que chamava a atenção pelo senso de humor e outras qualidades, mas que deveria emagrecer. Contudo, nunca me importei muito, apesar de tentar fazer dieta desde os 12 anos. Virou um problema quando percebi que já estava me aproximando dos 30. Minha mãe costuma dizer que antes dessa idade eu conseguiria fazer o que quisesse com meu corpo com facilidade. Depois, seria mais difícil.”

Mas foi uma viagem com a mãe e amigos para Buenos Aires o ponto final. Ana sentiu algumas dificuldades e as roupas não estavam mais servindo. “A partir desse momento, minha autoestima, que nunca me afetou, como ocorre com a maioria das pessoas que têm excesso de peso, passou a incomodar. Parei de sair, de encontrar os amigos e de fazer coisas básicas. Só ficava em casa e decidi mudar meus hábitos por completo.” O que a motivou dessa vez foi a ideia de se sentir bem e realizada consigo mesma, o que ela aprendeu na TCC.

PARCERIA

São várias técnicas para ajudar o paciente no processo de emagrecimento, mas o psicólogo também se torna um companheiro de viagem. O estudante Henrique Vilela, de 19 anos, começou a ter problemas com seu peso por volta dos 11, muito em função das críticas dos colegas. Ele tentou diferentes técnicas para emagrecer, mas sempre recuperava o peso. No final de 2012, entretanto, algo foi diferente: “Tinha um projeto para mudar completamente a minha pessoa para 2013”, conta. Chegou a perder 25 quilos com a combinação de dieta com endocrinologista, atividade física e acompanhamento psicológico.

Para Henrique, é um processo difícil, principalmente quando vê outras pessoas fazendo coisas que ele não pode, como comer quilos de chocolate. “Dá muita raiva ver aquele seu amigo magrelo fazendo isso. A motivação para esses desafios é saber que, ao emagrecer, você poderá fazer várias coisas que outras pessoas fazem e que você não podia fazer antes”, acredita o estudante, que com a terapia comportamental cognitiva tem transformado seu modo de encarar a perda de peso.

Os diários também são uma ferramenta da TCC direcionada ao emagrecimento. Segundo a psicoterapeuta familiar Aline Rodrigues, neles devem ser escritas as falhas e os deslizes, pois eles revelam os gatilhos e situações que levam a pessoa em processo de emagrecimento a comer. “Escorregar de vez em quando é normal e não é motivo para desistir. Quando a pessoa toma consciência dessa falha, fica mais atenta para não deslizar de novo”, explica.

Fonte: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/02/02/noticia_saudeplena,147406/terapia-comportamental-e-aliada-para-perder-peso-e-manter-a-forma.shtml

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PSICÓLOGA Especialista em terapia cognitiva-comportamental com adultos e tem formação em terapia cognitiva sexual além de atuar na avaliação bariátrica. Clique para marcar uma consulta comigo
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