1. Dentre seus pacientes solteiros, você percebe algum padrão de comportamento? Quais as diferenças deles para as pessoas que estão em um relacionamento?
Eu não acredito que exista um padrão de comportamento entre os pacientes solteiros porque essa fase pode ser interpretada de forma diferente para cada um deles. Tenho pacientes solteiros que estão buscando um relacionamento, que estão “curtindo” a vida de solteiro e outros que não querem namorar. Dentre os que desejam se relacionar, existe a insatisfação com a ausência de um companheiro, ou de uma pessoa compatível. É comum a crença que só serão felizes quando tiverem uma pessoa ao lado. E outros que não estão preocupados com o estado civil, e sim com diversas outras áreas da vida: saúde, pessoal, trabalho, financeira, família e sonhos e planos.
2- Você como profissional no campo da psicologia acha que ser solteiro está diretamente relacionado a solidão?
Estar solteiro não é sinônimo de solidão. Assim como estar em um relacionamento amoroso não é sinônimo de felicidade. Eu acredito que é possível estar fora de um namoro ou casamento e ser feliz! Isso depende da interpretação sobre esse momento. Uma pessoa pode estar sozinha, morar sozinha, gostar de ser solitária, gostar do silêncio, não ter muitos amigos e ser feliz dessa forma.
3- O que é recomendado para as pessoas se sentem sozinhas? Como a psicologia lida com esse tema?
A solidão não é um sentimento necessariamente ruim. Tudo depende do seu ponto de vista. Se você não gosta de ficar sozinho e acha que isso não é para você, é possível que não esteja feliz sem um companheiro(a). Por outro lado, quando você enxerga que a felicidade é um sentimento que não depende de onde ou de quem está ao seu lado, a vida se torna mais leve e feliz.
Dicas para enfrentar de forma leve essa fase:
- Descubra o lado bom da solidão, aprenda a ser feliz sozinho!
- Foque nos seus sonhos.
- Veja o lado bom da vida!
- Faça terapia, ou busque meios de se conhecer melhor.
- Não se isole. Convide seus amigos para sair, visite sua família, construa novas relações.
- Ajude outras pessoas, ocupe sua mente em prol da necessidade do outro.
- Procure conhecer novas pessoas, uma dica é se inserir em grupos que você tenha algum interesse.
E para as pessoas que se sentem sozinhas, mas interpretam como um momento de sofrimento, e que não gostam de estar nessa situação, é importante se cuidar. Cuide da sua auto estima, resgate coisas que gostava de fazer, aprenda coisas novas, lide de uma forma mais funcional e saudável com esse momento da vida, que pode ser passageiro.
Fonte: Trechos da entrevista concedida à produtora Mosaico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) pela psicóloga Jéssica Tibúrcio.