É característico de diversos indivíduos com transtornos psicológicos evitarem situações e objetos que causem medo e ansiedade. Por exemplo, pessoas com Ansiedade Social evitam ao máximo as situações de interação social por julgarem que irão ser avaliados negativamente.
Os indivíduos com Agorafobia evitam locais “abertos”, onde seus sintomas de ansiedade podem aumentar pela previsão que fazem de passar mal e não conseguirem socorro em locais públicos (p. ex: filas, transportes públicos, shows, shopping).
Já aqueles que possuem Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) de Contaminação, muitas vezes evitam tocar maçanetas por avaliarem estar infectadas por algum tipo de vírus ou doença. Com essa pandemia, o tratamento do TOC ficou mais complexo por existir um perigo real de contaminação, sendo ele o coronavírus.
A Terapia Cognitivo-Comportamental parte do pressuposto que nossos pensamentos podem alterar as nossas emoções e como consequência, nossos comportamentos. Porém, modificando nossos comportamentos, podemos mudar nossos pensamentos sobre determinada situação, já que muitas vezes as previsões que fazemos de um evento não estão acuradas. Colocar nossos pensamentos em cheque é uma das funções da técnica de exposição.
Vamos agora entender qual é a estrutura da exposição e como ela é utilizada em psicoterapia. Muitas pessoas chegam ao consultório de um psicólogo com uma demanda específica a ser tratada, é de suma importância que o terapeuta e o paciente, de forma colaborativa, cheguem a um acordo de qual será o melhor caminho para atingir os objetivos estipulados nas primeiras sessões.
Irei citar alguns exemplos de casos que podem ser tratados pela técnica de exposição: pessoas com medo e ansiedade intensa de um objeto ou situações específicas (baratas, agulhas, lagartixa, tempestades), medo e ansiedade acentuados de situações sociais de desempenho e interação, preocupação elevada de sofrer um mal súbito, enlouquecer ou perder o controle. O sujeito evita ou suporta com extremo desconforto essas situações, podendo gerar prejuízos funcionais na vida profissional, financeira, amorosa e intelectual do mesmo.
A exposição é a técnica padrão ouro para tratar diversas patologias, saber estruturar uma boa exposição é trilhar um caminho mais eficaz para o sucesso no tratamento. O olhar clinico e o tempo certo para aplicá-la fazem toda a diferença, podendo determinar o sucesso ou fracasso da psicoterapia. Muitos pacientes desistem da terapia por causa da má elaboração da técnica, a falta de experiência do terapeuta em executá-la e avançar precipitadamente um item da hierarquia.
Por isso a importância em procurar um profissional capacitado e experiente nesse tratamento. A exposição é a técnica que visa expor o paciente a situações e objetos temidos, com intuito de modificar as cognições (pensamentos) sobre algo que em sua cabeça é extremamente perigoso e aterrorizante.
Em primeira instância é elaborada, junto ao terapeuta, a hierarquia dos objetos e situações que causam ansiedade no paciente. Em ordem crescente, são assinalados os itens que causam menos ansiedade até os que mais causam. Um paciente com medo de cachorro pode fazer essa hierarquização:
Ansiedade nível 4- ver vídeos de desenho de cachorro;
Ansiedade nível 5- ver vídeos de cachorros brincando em um local aberto;
Ansiedade nível 6- ir a uma praça e ver os cachorros de longe;
Ansiedade nível 7- ir à mesma praça e ver os cachorros de perto;
Ansiedade nível 8- fazer carinho e brincar com um cachorro pequeno;
Ansiedade nível 9- fazer carinho e brincar com cachorro médio;
Ansiedade nível 10- fazer carinho e brincar com cachorro grande.
Como podemos ver, a exposição é feita gradualmente, assim é acordado com o paciente se já é possível “subir mais um degrau”.
Além de ser gradual, a exposição necessita ser feita varias vezes (sistematicamente) e possuir um tempo prolongado para que o indivíduo atinja o processo de habituação, se acostumando com a situação temida, abrindo espaço a uma interpretação mais “real”. Algumas escalas podem ser utilizadas para quantificar o medo e a ansiedade de cada situação, de uma forma subjetiva, é claro.
Em alguns gráficos de exposição percebe-se que a ansiedade aumenta significativamente quando o sujeito é exposto ao objeto fóbico, chega-se a um platô (nível elevado e estável de ansiedade) por alguns minutos e depois tende haver um declínio. Por esse motivo é importante que a técnica seja por tempo prolongado, objetivando atingir a diminuição dos sintomas desconfortáveis.
Quanto mais repetimos, maior a chance da ansiedade começar em níveis mais baixos, por isso é necessário obedecer ao principio de ser uma exposição sistemática. Seguindo os princípios de a técnica ser feita gradualmente, sistematicamente e por tempo prolongado as chances dela ser efetiva são bastante significativas.
Em meus tratamentos com a técnica de exposição há um acordo entre as partes, no qual sinalizo que a exposição será desconfortável em termos de gerar sintomas fisiológicos não agradáveis, porém não ao ponto de gerar sofrimento.
Chegar a esse alvo é tarefa fundamental da terapia para o processo ser efetivo e não sofrido. Há outros possíveis métodos que são utilizados para atingir bons resultados, como a reestruturação cognitiva. Entender o contexto e saber qual artifício utilizar na psicoterapia é algo relevante e elementar, nem sempre a abordagem mais eficaz é a correta a ser utilizada com aquela pessoa, naquele momento.
Terapia Casule
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