O Transtorno da Personalidade Histriônica (TPH) se manifesta quando as pessoas demonstram comportamentos dramáticos, buscando chamar atenção para si e enfatizando enormemente a intensidade de suas emoções. Isso é feito porque possuem uma demanda muito grande por afeto, o que os leva a querer sempre ser o centro das atenções e a apresentar até mesmo posturas egocêntricas e manipuladoras.
Personalidade Histriônica
Sendo assim, o paciente com a estrutura de personalidade histriônica apresenta comportamentos exibicionistas, podendo utilizar de sua aparência para chamar atenção e se sentindo desconfortável quando seu objetivo não é atingido. Ademais, seu comportamento pode ser sedutor ou provocante, sendo tal transtorno caracterizado, também, pela superficialidade emocional de fala, elevada dramatização e pelos pacientes já presumirem, mesmo sem conhecer profundamente os outros, um alto grau de intimidade.
Apesar desse comportamento, as pessoas com TPH acreditam que sua postura não é anormal, mas creem que a perturbação de seus relacionamentos e as emoções negativas, como raiva e desânimo, surgem por causa de fatores externos, sob os quais eles não têm controle. Fica claro, assim, que assumem uma postura de vítima.
Todo esse comportamento encontra fundamento na crença, sempre presente em tal transtorno, de que o paciente não pode ficar sozinho, precisando do outro para sobreviver. Por isso, os comportamentos apresentados têm objetivo de garantir que sempre haja a aprovação dos outros, uma vez que qualquer sinal de rejeição é visto como algo muito maior do que realmente é.
Tal crença é oriunda de necessidades desenvolvimentistas que não foram supridas, tais como validação e afeto. Portanto, o tratamento, muitas vezes, deve se concentrar em tais aspectos, para que, trabalhando a visão distorcida dos pacientes, possa-se desenvolver a sua capacidade de julgamento para que seja mais condizente à realidade, racionalizando a interação com o outro e ressignificando as experiências de rejeição.
Através do tratamento, pode-se promover o bem-estar do paciente, para que ele atinja o nível de segurança emocional desejado, consiga tolerar a frustração, superar o temor de rejeição e a dependência da aprovação do outro, aumentando a sua autossuficiência. Além disso, o desenvolvimento de empatia e de habilidades de comunicação também são metas importantes no tratamento.
Ainda que o transtorno traga consideráveis prejuízos na interação interpessoal, com o tratamento adequado, que valide os sentimentos do paciente e faça com que ele se sinta compreendido, pode-se fazer com que o paciente veja suas necessidades de outro modo, e consiga se relacionar de modo saudável e duradouro.
Referência consultada:
BECK, AARON T. Terapia cognitiva dos transtornos da personalidade. Posto Alegre: Artmed, 2017.