A ausência de desejo sexual pode provocar dúvidas quanto a ser uma disfunção sexual ou apenas uma característica pessoal. Na verdade cada pessoa tem seu ritmo, intensidade e forma de perceber seu impulso sexual, e não seria justo colocar aqui o que poderia ser considera normal ou desajustado pois cada pessoa tem seus valores e necessidades. Portanto eu considero que merece atenção e atendimento psicológico a pessoa que percebe que houve mudança no que seria normal para ela e que estaria provocando descontentamento.
O conceito atual das disfunções sexuais é baseado nas pesquisas referente sexo realizadas por Masters e Johnson (1966), sendo mais tarde modificados por vários teóricos. Masters e Johnson proporcionaram um modelo fisiológico do funcionamento sexual que incluía quatro etapas: excitação, platô, orgasmo e resolução. Mas Kaplan (1974) propôs a inclusão de mais uma etapa denominada “desejo” e se refere ao interesse e disponibilidade cognitiva e afetiva com respeito à atividade sexual. A maioria dos modelos do funcionamento sexual saudável mencionam desejo, excitação e orgasmo.
As definições de transtorno sexual estão centradas na deterioração ou perturbação de uma destas três etapas.
Diagnósticos que envolvem a falta de desejo sexual
O DSM-IV Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4º Ed menciona Transtorno de desejo sexual hipoativo onde a pessoa percebe baixos níveis de fantasias e atividades sexuais. O transtorno de aversão ao sexo pode ser diagnosticado como uma síndrome diferente mas pode ser entendido como uma forma extrema de baixo desejo sexual.
Ainda neste mesmo grupo de diagnóstico há o Transtorno da excitação sexual que se refere a falta de resposta à estimulação sexual e o Transtorno orgásmico onde há demora ou ausência do orgasmos após a fase de excitação.
Estimou-se que o baixo desejo sexual ocorre em 34% das mulheres e 16% dos homens (Frank, Anderson e Rubinstein, 1978).
Ansiedade sexual
Preocupações quanto ao desempenho, expectativas quanto aos sentimentos do parceiro, medos que envolvem gravidez indesejada, conceitos que envolvam crenças religiosas, acreditar que certas atividades no sexo não devam ser praticadas por pessoas mais velhas, cobranças e auto cobranças quanto ao que se deve fazer e esperar no momento do sexo, medo de parecer fácil ou oferecida”, tudo isso pode provocar ansiedade quanto ao sexo, e talvez fazer com que algumas pessoas se distanciem do assunto.
A psicoterapia pode implicar no questionamento quanto a crenças disfuncionais que envolvam a atividade sexual. As informações recebidas ao longo da vida podem tanto facilitar como comprometer uma vida sexual saudável.
Experiências sexuais anteriores negativas também podem afetar o desempenho e o desejo atual.
A rotina do dia a dia como brigas, falta de consideração, desrespeito podem afetar a dinâmica sexual.
Muitas vezes a terapia que trabalha questões sexuais não se enquadra no que alguns imaginam de uma “terapia sexual” pois transtornos intrapsíquicos e conflitos de casais podem interferir de forma que seja mais importante tratar todas as questões envolvidas do que focar apenas a atividade sexual
FONTE:http://www.marisapsicologa.com.br/falta-de-desejo-sexual.html