Lidar com as emoções não é um processo fácil, muitas pessoas apresentam dificuldade para lidar com emoções intensas. Reconhecermos que elas são nossas aliadas, que fazem parte da essência humana e devem ser validadas é o primeiro passo para nos entendermos com nossos estados emocionais.
A forma como nossas emoções são reconhecidas e acolhidas na infância influencia na maneira que lidamos com elas posteriormente. A capacidade de estabelecermos conexão com elas, de aceitá-las como estado próprio da situação e, a partir daí, pensarmos na melhor forma de respondermos a esse estado interno é a base da regulação emocional, e está altamente associada às nossas habilidades de afiliação social e autotranquilização.
A autotraquilização é válida quando experimentamos um pico emocional, principalmente um gatilho de estresse ou ansiedade. Esse processo envolve a nossa capacidade de acolher a emoção e aos poucos reduzir sua intensidade, melhorando assim a experiência emocional.
Entre algumas estratégias de autotranquilização, estão os exercícios de respiração, como a respiração diafragmática, que permite a ativação do sistema nervoso parassimpático, e assim a regularização do estado fisiológico. Há também o uso de estímulos tranquilizadores, a partir de nossos sentidos, como ouvir uma música ou tomar um chá, por exemplo. Assim, deve-se buscar uma atividade de interesse pessoal que possa ativar os canais sensoriais, potencializando o processo de tranquilização. Além das estratégias citadas, é de fundamental importância observar, sem julgamento, o estado emocional como uma onda, percebendo que ele é momentâneo e que sua intensidade reduz com o passar do tempo.
A relação que criamos com nossas emoções envolve ainda crenças sobre elas, que muitas vezes colocam as primeiras como ameaças e acabam por dificultar o enfrentamento e aceitação de uma emoção incômoda. Reavaliar essas percepções nos ajuda a entender a importância e funcionalidade de cada estado emocional, por mais desconfortável que seja, fazendo com que a resistência interna não potencialize sua intensidade e tempo de duração.
Nossas emoções possuem funções importantes, uma vez que nos conectam socialmente e indicam necessidades importantes, por isso não devem ser ignoradas ou evitadas. O primeiro passo para melhorar nossas experiências emocionais é aceitar as emoções como condições importantes, aumentar nossa tolerância àquelas mais incômodas e assim criar formas mais funcionais para expressá-las. Muitas vezes a ajuda de um profissional da área pode auxiliar no processo, contribuindo com a construção de uma nova relação com as emoções.