A terapia cognitivo-comportamental é um modelo clínico da psicologia com base na visão cognitivista de funcionamento mental. O movimento cognitivista apresenta o processamento de informação como base do nosso entendimento sobre o mundo e condicionante de nossas respostas emocionais e comportamentais.
Dessa forma, tal abordagem psicoterapêutica entende que a forma como organizamos informações sobre nós mesmos, sobre o mundo físico e social, sobre as relações e sobre o futuro passam a funcionar como um mapa, guiando as interpretações, automáticas ou deliberativas, e a partir delas criamos padrões emocionais e comportamentais. A formação cognitiva citada ocorre como forma de interação com o mundo, bem como adaptação e adequação ao contexto. Quando há distorções nessas percepções, prejuízos e sofrimentos podem ocorrer, alterando a condição psicológica.
A terapia cognitivo-comportamental busca entender o mapeamento cognitivo, os significados atribuídos aos eventos e pessoas (o que chamamos de crenças) e os impactos gerados na forma de resposta dentro dos contextos. Ela propõe alterações dos esquemas já montados, a fim de alterá-los a partir de reavaliações das evidências e informações registradas. Novas crenças permitem novas interpretações e interações diferentes com o evento, e através da flexibilidade desenvolvida, novas formas de reações diante de algumas situações.
Além disso, o desenvolvimento de algumas habilidades pode potencializar o processo de mudança, aumentando as possibilidades de ação e explorando capacidades cognitivas limitadas por determinada condição psicológica, como por exemplo as habilidades sociais, resolução de problemas, regulação emocional, etc. Sendo assim, não apenas a mudança dos esquemas cognitivos automatizados são foco das intervenções, mas também o desenvolvimento de funções que podem fortalecer novos comportamentos.
De forma geral, a terapia cognitivo-comportamental trabalha com a reestruturação dos esquemas de crenças, que nos permitem entender os eventos, com o desenvolvimento de habilidades importantes e a forma de entender e regular os estados emocionais. Assim, colabora com a capacidade de autopercepção e desenvolvimento constante para melhor lidar com determinados contextos, sejam eles internos ou externos.