De acordo com a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) a tentativa do controle das sensações, dos pensamentos e sentimentos promove os transtornos mentais, portanto, a maioria dos pacientes poderão beneficiar-se com a terapia. Estudos científicos apresentam resultados eficazes da ACT para depressão, ansiedade, tricotilomania, agorafobia, dependência de álcool e no enfrentamento do estigma internalizado entre dependentes de substâncias. A ACT baseia-se em uma nova forma de nos relacionarmos com o sofrimento. Em vez de controlar os pensamentos, as sensações e os sentimentos negativas ou evitá-los, a ACT nos propõe observá-los e aceitá-los apenas como sentimentos e pensamentos. O objetivo da terapia é alcançar o conceito de flexibilidade psicológica, através da aceitação dos sentimentos, pensamentos e sensações desagradáveis a fim de manter ou modificar ações importantes em contato com o momento presente. A terapia proporciona o esclarecimentos dos valores do paciente e o planejamento de suas ações em direção a esses valores.
A terapia baseia-se em seis processos psicológicos de mudança, os pontos do hexágono de flexibilidade psicológica: Aceitação, Desfusão, Self como contexto, Momento presente, Valores e Ações com Compromisso. Também são utilizados como apoio à terapia, os exercícios que promovam a experiência com os pensamentos de forma isenta de julgamento e as metáforas que facilitam a compreensão dos processos do hexágono.
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), psicoterapia comportamental baseada no contextualismo funcional foi elaborada em 1987, por Steven Hayes e colaboradores. Surgiu em meio a terceira geração das terapias comportamentais e cognitivas, da qual destacam-se outras abordagens como, a terapia comportamental dialética, a psicoterapia analítico-funcional e a terapia cognitiva baseada em mindfulness. A ACT analisa a linguagem humana e a função dos sentimentos e pensamentos, proporcionando dessa forma, a aproximação do paciente com suas experiências internas.
A Terapia de Aceitação e Compromisso é uma abordagem fundamentada e embasada em conhecimentos científicos. No Brasil, já existem psicólogos e pesquisadores que estudam e atuam na área. Algumas capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte possuem centros de estudos que oferecem cursos de formação para psicólogos. Além de existirem artigos publicados em revistas científicas e livros disponíveis para estudo e aprofundamento na temática.
Fontes:
Monteiro, E. P., Ferreira, G. C. L., Silveira, P. S. & Ronzani, T. M. (2015). Terapia de aceitação e compromisso (ACT) e estigma: revisão narrativa. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 11(1), 25-31.
Ruiz, F. J. (2010). A review of Acceptance and Commitment Therapy (ACT) Empirical evidence: Correlational, experimental psychopathological therapy. International Journal of Psychological Therapy, 10(1), 125-162.
Saban, M. T. (2011). Introdução à Terapia de Aceitação e Compromisso. 1 ed. Santo André, SP: ESETec Editores Associados.
Silveira, P. S., Monteiro, E. P., Nery, F. C., Ferreira, G. C. L., Noto, A. R. & Ronzani, T. M. (2014). Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): Estratégias de Redução do estigma Associado à Dependência de Substâncias. In: T. M. Ronzani, Intervenções e inovações em álcool e outras drogas (pp.135-154). Juiz de Fora, MG: Editora UFJF.