O que é a impulsividade?
Algumas pessoas, por variadas questões, parecem não conseguir frear alguns comportamentos impulsivos. É comum que em determinadas situações as pessoas tomem algumas atitudes sem pensar ou analisar racionalmente as futuras consequências, mas quando isso ocorre de maneira frequente e se repete em diversas situações, os prejuízos podem ser mais graves e inconvenientes.
A impulsividade pode levar o indivíduo a decidir de forma emocional, sem levar em consideração todos os aspectos de uma situação. É comum que as pessoas impulsivas tenham arrependimento futuro por não ter feito uma boa escolha no presente. Assim, a maioria dos indivíduos impulsivos apresentam algum tipo de prejuízo no processo de tomada de decisão.
A impulsividade se caracteriza por uma série de comportamentos que estão relacionados à dificuldade de atrasar a gratificação imediata, ou seja: a impulsividade pode ser considerada como um ajustamento não eficaz às situações imprevisíveis. O indivíduo impulsivo costuma buscar seu prazer no momento presente e tem dificuldade de adiar a gratificação imediata para aguardar o que virá no futuro. Então, primeiro há um impulso resultante de uma tensão crescente, em seguida o prazer de fazer algo para aliviar a vontade e, finalmente, a culpa por ter feito a ação, que pode ou não ocorrer.
Quando a impulsividade é prejudicial?
As pessoas que costumam agir por impulso tendem a ser guiadas pela própria intuição em detrimento do pensamento racional que, em muitos casos (como em interações sociais), é indispensável para cultivar boas relações. Nem sempre o comportamento impulsivo causa prejuízos, afinal, é o nosso instinto impulsivo que nos alerta sobre situações de perigo e nos fazem tomar atitudes imediatas que podem até salvar nossa vida, por exemplo. Porém, agir sem pensar pode causar problemas difíceis de resolver, especialmente quando ocorre frequentemente.
Alguns exemplos de situações em que é necessário ter autocontrole para cultivar bons relacionamentos são os casos em que há raiva, em momentos de tensão e briga, durante exames e situações em que é possível fazer algum tipo de planejamento do que se espera da interação.
Isso significa que um comportamento impulsivo, em certos casos, pode ser prejudicial para o bom desempenho destas atividades e que, para que ocorram bem, é necessário pensar cuidadosamente sobre suas ações antes de agir. É comum encontrarmos pessoas impulsivas envolvidas em episódios de agressividade, violência, comportamento social negligente, além de abuso de drogas. Existem também transtornos psiquiátricos caracterizados por impulsividade, em que a maioria apresenta características semelhantes como a incapacidade de resistir a uma tentação, desejo ou impulso que pode prejudicar a si mesmo ou aos outros.
Muitos transtornos psiquiátricos tem a impulsividade como principal sintoma, como os distúrbios relacionados a abuso e dependência de substâncias, parafilias sexuais, déficit de atenção e hiperatividade, alguns transtornos de personalidade, transtorno de conduta, esquizofrenia, transtornos de humor, jogo patológico, compras compulsivas e compulsão alimentar.
Como lidar com o comportamento impulsivo?
A impulsividade pode ser um sintoma presente em transtornos psiquiátricos, um traço na personalidade e/ou uma reação diante de uma situação de stress. Logo, realizar essa diferenciação é fundamental para definir o melhor tratamento. Quanto mais cedo a pessoa aceitar que precisa de tratamento, mais preparada estará para evitar consequências negativas da impulsividade.
O autoconhecimento e o controle emocional são necessários para administrar as reações frente aos estímulos. O primeiro passo para contornar problemas gerados pelas ações impulsivas é identificar em quais situações e com que frequências elas tendem a acontecer. Uma análise do próprio comportamento que responda perguntas como: qual sentimento aciona o comportamento impulsivo; se há alguma pessoa que costuma motivar esse comportamento; se as atitudes são decididas no momento ou premeditadas e em qual estado você está quando age dessa maneira (raiva, medo, efeito de álcool, etc), podem ajudar nesse processo.
O autoconhecimento é uma ótimo meio para identificar aquilo que motiva suas ações impulsivas. Ao conhecer seu próprio comportamento, fica mais fácil prever algumas situações e tentar frear atitudes instintivas. Porém, esses impulsos podem ser muito fortes e mesmo com a antecipação não se consegue freá-los. Nesse caso, é necessário procurar a ajuda de um psicólogo que ajude a descobrir os problemas que levam a estas ações, que oriente com feedbacks construtivos e promova a melhora de uma forma progressiva. Além disso, com o acompanhamento de um profissional fica muito mais fácil progredir no ritmo certo, sem desistir no meio do caminho.
Quando a impulsividade está presente na estrutura de personalidade a psicoterapia pode ser a melhor escolha. A terapia cognitiva-comportamental é reconhecidamente eficaz no treinamento deste mecanismo. O indivíduo, a partir da consciência de seu funcionamento, poder optar ter controle da impulsividade através de técnicas cognitivas.